Vice-procurador-geral-eleitoral defende cassação da chapa Dilma-Temer 'como um todo'
Nicolao Dino afirma que provas colhidas durante o processo mostram que houve "abuso político e econômico" na campanha de 2014
© Estadao Conteudo
O vice-procurador-geral eleitoral, Nicolao Dino, defendeu
nesta terça-feira, 6, que há elementos para a chapa formada pela
ex-presidente Dilma Rousseff e pelo presidente Michel Temer seja cassada
"como um todo" pelos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Para ele, as provas colhidas durante o processo mostram que houve
"abuso político e econômico" na campanha de 2014 e que a análise de
provas orais e documentais, compartilhados da Lava Jato e do Supremo
Tribunal Federal, evidenciam que a Odebrecht destinou recursos de caixa 2
para a chapa Dilma-Temer.
Dino defendeu, portanto, que a preliminar apresentada pela defesa da
petista de que o objeto do julgamento teria excedido a acusação inicial
não deveria ser levada em consideração e que há confusão entre o que
seria fato novo e provas que surgiram no caminho.
Para o vice-procurador-geral eleitoral, o valor de R$ 150 milhões que
Marcelo Odebrecht disse que doou à chapa "seria por si só forte
evidenciador de abuso de poder econômico".
Ele também afirmou que o marqueteiro João Santana e sua mulher Mônica
Moura declararam que prestaram serviços financiados com R$ 35 milhões
da Odebrecht via caixa 2 e que houve efetivamente um depósito de R$ 20
milhões pagos à conta de Mônica Moura em agosto de 2014.
Ele comentou ainda o caso da doação feita pela Cervejaria Petrópolis,
ligada à Itaipava, que teria vindo da Odebrecht, e que representaria
"uma espécie de terceirização de caixa 2, ou caixa 3, ou barriga de
aluguel".
Para ele, isso evidencia a "espúria relação entre setor empresarial e
partidária", que vivem em "harmoniosa simbiose em troca de benefícios
vultuosamente monetarizados".
Separação
Dino também defendeu que não deve haver a separação da chapa e que
tanto Temer quanto Dilma devem ser cassados. Ele, no entanto, afirmou
que a ex-presidente "tinha conhecimento dos fatos configuradores de
abuso" e que, por isso, ela, que não está mais na Presidência, deve ser
punida com a inelegibilidade.
Notícias ao Minuto
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