Trabalhadores paraibanos em situação análoga à escravidão chegam a Patos
Os
trabalhadores paraibanos resgatados no Rio Grande do Sul chegaram à
Paraíba na última terça-feira (30). Eles desembarcaram na cidade de
Patos, no Sertão do Estado e foram acompanhados por equipes do
Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Polícia Federal (PF). Segundo o
procurador do Trabalho, Raulino Maracajá, havia o risco de os
trabalhadores serem extorquidos.
“A informação que tivemos é a de que
havia alguém esperando eles em Patos para pegar o dinheiro da rescisão
de volta. Por isso, pedimos o apoio da PF e fomos a Patos acompanhar o
desembarque dos trabalhadores, juntamente com o delegado Glautter
Moraes”, informou o procurador.
Direitos resgatados
Todos os trabalhadores paraibanos se
encontravam em situação irregular. Estavam no Sul desde o dia 27 de
julho deste ano, sem carteira de trabalho assinada. Com a atuação do
Ministério do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho, cada um recebeu sua carteira e o dinheiro da rescisão.
“Além disso, receberão um
seguro-desemprego especial de três meses, por terem sido resgatados em
situação análoga a de escravidão”, acrescentou o procurador.
Segundo a procuradora do trabalho,
Marcela Asfóra, os dois empregadores também são paraibanos e foram
detidos na cidade de Lajeado (RS). Eles foram obrigados a pagar um valor
em rescisão aos trabalhadores e a assinar um Termo de Ajuste de Conduta
(TAC).
De acordo com as investigações, trata-se
de uma rede de agentes que aliciam os trabalhadores aqui no Estado e,
ao chegar ao destino, os submetem a péssimas condições de trabalho e
punições. O MPT está investigando o caso e pretende descobrir como essa
rede está articulada para evitar que outros trabalhadores paraibanos
sejam vítimas desse golpe.
Condições análogas às de escravidão
No último dia 24 de agosto, 17
trabalhadores paraibanos da cidade de Patos foram encontrados em
condições de trabalho degradante na cidade de Lajeado, no Rio Grande do
Sul. Eles estavam sendo alojados na caçamba de um caminhão, no qual
havia uma sela onde eram trancados pelos empregadores quando não
atingiam metas de venda.
Na quarta-feira (24), um deles fugiu do
local e conseguiu denunciar a situação à polícia. Junto ao Ministério do
Trabalho, Ministério Público do Trabalho e à Polícia Rodoviária
Federal, a Polícia Civil fez o resgate dos trabalhadores nesse mesmo
dia. Foram constatadas todas as irregularidades e aberto o processo de
investigação.
Do Rio Grande do Sul, eles seguiram,
escoltados, até São Paulo. “Em São Paulo, os trabalhadores paraibanos
foram acompanhados pelos procuradores do Trabalho e pelo Ministério do
Trabalho. O MPT está apurando essa rede que alicia e explora
trabalhadores e faz o alerta para que outros paraibanos também não sejam
vítimas desse golpe e caiam nesse ‘conto de fadas’”, afirmou Raulino
Maracajá.
WSCOM
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