Casal evangélico que tem sex shop lança livro erótico com romance gay
O
casal de evangélicos João e Lidia Ribeiro já é conhecido no mercado
erótico: eles são donos de uma sex shop em Jandira (34 km a oeste de São
Paulo), dão palestras sobre sexualidade para casais em igrejas e fazem
eventos como chás de lingerie. Agora acabam de lançar na Bienal do Livro
um romance erótico que inclui também um personagem gay.
Eles já
são autores de um guia gospel para sex shops, mas esta é a primeira vez
em que se aventuram em um romance. O livro “Sete Pecados ao Vento –
Vingança por Amor” (Tribo das Letras) é o primeiro de uma trilogia e
está à venda em sites de livrarias por R$ 7 a versão digital.
O
romance conta a história do pescador português Antonio Bravo, que é
obrigado a fugir para o Brasil por causa de um amor proibido. No novo
país, ele enriquece, tornando-se bilionário, e planeja uma vingança.
Trinta anos depois, volta a sua terra natal com novo nome, poder e
prestígio, mas a vingança pode não sair como o esperado.
“É um
romance sensual, não é evangélico, e aborda vários tipos de
relacionamento, inclusive gay. É para mostrar que todo tipo de amor tem
os mesmos sofrimentos. Tem cenas de sexo, mas não tem vulgaridade nas
palavras”, diz João.
O casal assina o livro sob os pseudônimos
J.O. Brook e L.B. Brook, para separar o trabalho como empresários,
palestrantes e terapeuta de casais do trabalho como escritores de
romances.
Entraram no mercado erótico por acaso
Eles não
divulgam o quanto faturam com suas atividades no mercado erótico, mas o
empresário afirma chegar na casa do milhão por ano. Eles dizem que
entraram no ramo por coincidência, há cerca de seis anos.
“Não
conhecíamos nada desse universo até uma amiga contar que pensava em
abrir uma sex shop fora do país. Na mesma época, vi uma entrevista sobre
como produtos eróticos podem ajudar os relacionamentos, sem pornografia
ou vulgaridade, e resolvi pesquisar mais, pois via muitos casais da
igreja se separando”, diz João.
Foco em saúde e bem-estar
Eles
começaram a frequentar palestras que falavam dos produtos eróticos como
fonte de bem-estar e passaram a vender entre os conhecidos, inclusive
entre os amigos da igreja. “No começo, escolhíamos os produtos pela
embalagem. Fomos conhecendo aos poucos, hoje os próprios fabricantes nos
mandam itens para testar.”
Eles levavam os produtos de casa em casa, mas lançaram a loja física, a sex shop Secret Toys, há três anos.
“Minha
loja não é exclusiva para evangélicos, atendemos todo o tipo de
público, inclusive casais gays. Sou evangélico e sigo o ensinamento de
Jesus de amar o próximo como a si mesmo. Não julgo as escolhas dos
outros”, declara o empresário.
Sem pornografia
Os únicos
itens vetados na loja são vídeos e revistas pornográficas e produtos
para masturbação. “Nosso foco são casais, vendemos produtos para usar
junto e não sozinho. Oferecemos uma consultoria em relacionamentos, não é
a venda pela venda.”
Para isso, Lidia, que é formada em
administração de empresas, fez um curso de terapia sexual e planeja
estudar psicologia ano que vem. O fato de serem evangélicos e conhecerem
os dogmas da religião faz com que sejam bem aceitos em igrejas que
promovem palestras e encontros de casais.
“Nosso trabalho é ajudar
o relacionamento dos casais. Falta informação na comunidade evangélica.
Falar que a mulher pode ter prazer era proibido para eles porque o sexo
é para procriação. Mas um dos homens mais sábios da Bíblia, o Rei
Salomão, enalteceu o relacionamento entre o homem e a mulher”, afirma.
Preconceitos diminuem, mas tato na venda é essencial
Segundo
Paula Aguiar, presidente da Abeme (Associação Brasileira das Empresas
do Mercado Erótico e Sensual), o preconceito com o mercado erótico está
diminuindo nos últimos anos, inclusive entre evangélicos.
A
popularidade de obras como “50 Tons de Cinza” e outras que vieram na
sequência são os principais responsáveis, segundo ela, pois despertam a
curiosidade sobre os produtos e ajudam a desmitificá-los.
Trabalhar
com a venda dos itens, no entanto, exige tato. “É importante conhecer o
seu público para saber o que oferecer. Em geral, géis e óleos de
massagem têm mais aceitação entre os evangélicos, em vez de próteses e
outros brinquedos”, afirma.
Empreender no mercado erótico exige o
mesmo do que empreender em qualquer outra área: pesquisar o mercado,
conhecer o público-alvo, participar de eventos e cursos do setor e,
acima de tudo, gostar e se identificar com o ramo.
“Tem que ter
paixão, tem que conhecer os produtos para poder fazer a melhor indicação
para o cliente”, afirma. Ela diz ver boas oportunidades no segmento de
venda direta, pois diminui a barreira para quem tem vergonha de
frequentar sex shops, por exemplo.
Porém, trabalhar com marcas de
qualidade é essencial, segundo ela. “Certifique-se de que os produtos
têm registro na Anvisa. O produto deve ser bom para trazer benefício ao
cliente”, declara.
UOL
a Biblia diz DEUS NÃO SE DEIXA SER ESCARNECIDO AQUILO QUE O HOMEM PLANTA TAMBÉM ceifara.GL.6´7´.evángelicos nominais,não mais do que isso
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