Dois anos após o ex-governador Eduardo Campos morrer, PSB ainda busca sucessor
Passados
dois anos da morte traumática do ex-governador Eduardo Campos, o PSB
ainda busca um sucessor político para seu ex-líder nacional, que era
tido como esperança de o partido chegar à Presidência de República.
Sem
um nome de consenso, integrantes da cúpula da legenda ouvidos pelo G1
divergem sobre a possibilidade de ter um candidato próprio na corrida
pelo Palácio do Planalto em 2018.
Enquanto uma ala de dirigentes
defende a candidatura própria, outra diz que ainda é “cedo” para pensar
no assunto. Atualmente, o PSB – antigo e histórico aliado do PT –
integra a base de apoio do governo Michel Temer, inclusive, comandando o
Ministério de Minas e Energia, com o deputado licenciado Fernando
Bezerra Coelho Filho (PE).
De 2003 a 2013, o PSB integrou a base
aliada dos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. No
entanto, um ano antes da eleição de 2014, o então presidente do partido,
Eduardo Campos, decidiu romper com o PT para se lançar na corrida
presidencial.
Campos morreu em 13 de agosto de 2014, em meio à
campanha presidencial daquele ano. Ele era um dos passageiros de um jato
que caiu no litoral paulista após uma viagem do Rio de Janeiro para
Santos (SP).
À época, a morte do jovem líder do PSB, que tinha
apenas 49 anos, gerou comoção no país, deixando familiares, amigos e
colegas de partido atônitos. Em meio ao trauma político, a ex-senadora
Marina Silva – que era a candidata a vice de Eduardo Campos – assumiu a
candidatura presidencial do PSB. Ela, entretanto, não conseguiu chegar
ao segundo turno, tendo terminado a disputa eleitoral na terceira
colocação, atrás de Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB).
Indagado
pelo G1 sobre o cenário eleitoral de 2018, o senador Fernando Bezerra
Coelho (PE), vice-presidente de Relações Parlamentares do PSB, defendeu
que o partido “tem que ter” uma candidatura própria ao Palácio do
Planalto em razão da “projeção nacional” que alcançou em 2014.
“O
PSB chega em 2016 com o maior número de candidatos a prefeito de sua
história, ou seja, tem todas as condições de defender um projeto próprio
em 2018. A nossa candidatura em 2014 foi um momento especial do partido
e fez com que o PSB conseguisse ampliar sua representação social e
política no Congresso Nacional e, portanto, hoje a nossa principal
aspiração é a candidatura própria em 2018”, avaliou o senador ao G1.
Por
outro lado, o atual presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira,
pondera que, na opinião dele, ainda é “cedo” para falar sobre a disputa
presidencial de 2018 porque seria “questão de futurologia”.
“O PSB
falar agora sobre a eleição de 2018 é uma perda de tempo, porque não
sabemos como será o cenário daqui para frente. Precisamos saber como vão
ser, primeiro, as eleições [municipais] de outubro, até porque estamos
assistindo ao desmoronamento do atual sistema político. Não podemos
ficar falando sobre o que vai acontecer daqui a dois anos. Seria como a
gente se comportar como um vidente”, argumentou.
Na mesma linha de
Carlos Siqueira, o secretário especial do PSB, deputado Júlio Delgado
(MG), disse ao G1 que seria “prematuro” falar em candidatura própria à
Presidência em 2018 porque, segundo ele, o “dinamismo da política” faz
com que “muita coisa” mude ao longo do tempo.
“Eu acho prematuro
analisar agora um cenário para 2018. Mesmo a eleição estando próxima,
quem pensa em planejamento eleitoral sabe que o dinamismo político faz
com que as coisas mudem muito em dois anos”, enfatizou.
“E há,
sim, na minha avaliação, o reconhecimento no PSB de que, com a morte do
Eduardo, o partido perdeu a figura de uma liderança nacional. Hoje não
temos um líder nacional e temos de reconhecer isso, não temos uma pessoa
capaz de unir o partido em todo o país”, completou.
Mais próximo à
ala que defende uma candidatura própria em 2018, o senador João
Capiberibe (AP), vice-presidente de Relações Interpartidárias do PSB,
avalia que, em razão do número de parlamentares que possui atualmente na
Câmara e no Senado, “chegou a hora” de a legenda ter um nome na corrida
pela Presidência.
“O PSB está no momento certo para ter seu
candidato. Hoje, estamos com uma projeção nacional que nos permite
ampliar a nossa participação no cenário político. Então, não há como não
ter uma candidatura própria em 2018. Se não tivermos, vamos virar o
PMDB, que só ganha a Presidência no tapetão. Nós, não. Queremos ganhar a
Presidência da República com candidato próprio, disputando a eleição no
voto”, declarou Capiberibe.
G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário