Presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba é acionado por reforma ‘luxuosa’ de gabinete
A
Associação dos Técnicos e Analistas do Judiciário da Paraíba (ASTAJ-PB)
denunciou o presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba, Marcos
Cavalcanti, no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por supostos gastos
excessivos na reforma do seu gabinete, que possui 141 metros quadrados. A
entidade solicitou a abertura de Procedimento de Controle
Administrativo (PCA) para apurar possíveis abusos nos gastos da reforma,
que custou R$ 210 mil.
Segundo a ASTAJ, “em levantamento
realizado junto ao Sindicato da Indústria da Construção Civil e
Imobiliário da Paraíba (SINDUSCON), que o valor pago, considerando a
área do gabinete, está acima dos atualmente praticados no mercado de
construção civil na Paraíba”.
“Constatou-se que o custo básico do
metro quadrado em uma construção residencial do mais alto padrão de
qualidade é de R$ 1.198,08. Quando se refere ao mais alto padrão
comercial, este custo é elevado para R$ 1.355,30. No caso do gabinete do
desembargador Marcos Cavalcanti, o custo da reforma foi de
aproximadamente R$ 1.500 por metro quadrado. É importante salientar que a
intervenção realizada não foi a de uma construção propriamente dita e,
sim, de uma simples reforma”, afirma o presidente da Astaj, Camilo
Amaral.
“O luxo e a suntuosidade são as marcas registradas que
caracterizam a reforma. Foram adquiridos utensílios refinados e de
valores elevados, como por exemplo, a aquisição de uma bacia sanitária,
acompanhada de assento especial, ao custo de R$ 5.863,00. Além de, entre
outros produtos, uma cuba de vidro redonda para lavado no valor de R$
2.450,56 e uma janela, em madeira de lei, no valor de mais de R$ 24
mil”, acrescentou.
Camilo Sousa Amaral afirma também que várias
unidades judiciais padecem pela falta da mínima estrutura física para
seu funcionamento. “Caso clássico é a do Fórum da Comarca de Areia, cuja
reforma se arrasta a vários meses. A situação é tão grave que traz
riscos a vida das pessoas que ali circulam”, disse.
Para Camilo
Amaral, existem várias outras unidades judiciais nas quais faltam
reparos importantes em suas estruturas físicas, como por exemplo, o caso
do Fórum da Comarca de Queimadas, no qual o piso está simplesmente se
descolando do chão.
Para o diretor de finanças da entidade, José
Ivonaldo, “embora o poder público tenha uma estrutura diferenciada do
setor privado, não há como não se cobrarem eficiência e eficácia dos
gestores públicos”. “Não se pode, à luz dos princípios que regem a
Administração Pública, gerir o Tribunal de Justiça da Paraíba da forma
como vem ocorrendo”, afirmou.
MaisPB com Assessoria
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