Durante
a disputa masculina da maratona nos Jogos Olímpicos de 2004, em Atenas,
o brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima foi atacado pelo ex-padre
irlandês Cornelius Horan quando era o primeiro colocado da prova.
Vanderlei foi resgatado pela torcida, mas perdeu ritmo e cruzou a linha
de chegada em terceiro lugar.
A demonstração de espírito esportivo
valeu ao fundista a medalha Barão Pierre de Coubertin, oferecida pelo
COI, além de ser indicado a acender a pira olímpica na Cerimônia de
Abertura dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.
Mas Cornelius Horan não se arrepende do ataque. E nem gostou de ver Vanderlei na cerimônia do Rio.
“Quando eu o vi com meus próprios olhos, eu fiquei com muita raiva”, disse Horan, em entrevista por telefone ao jornal The New York Times “Eu olhei Vanderlei e pensei: ‘Você não estaria em lugar nenhum se não fosse por minha causa'”, completou.
Excomungado
da Igreja Católica, Horan vive hoje em um apartamento pequeno em
Londres. Aos 69 anos, o irlandês contabiliza aparições públicas nos
últimos anos. Antes do ataque a Vanderlei, por exemplo, invadiu a pista
durante o Grande Prêmio da Inglaterra de Fórmula 1; depois, em 2009,
participou do “Britain’s Got Talent”, um reality show da TV
britânica. Conhecido no Reino Unido por suas manifestações religiosas,
Horan não se importa em ser considerado lunático pelo público. Por isso
mesmo, garante: não se arrepende de ter atacado Vanderlei.
Assim
como meu mestre Jesus Cristo teve que que ser muito agressivo se
necessário (…), eu senti que, naquela ocasião (em 2004), eu não tive
escolha”, afirma Horan, sem saber explicar o porquê do ataque naquele
momento. O ex-padre, porém, afirma ter enviado duas cartas em português a
Vanderlei Cordeiro de Lima como pedido de desculpas, mas sem jamais ter
recebido resposta.
“É muito triste que ele nunca tenha respondido
a meus pedidos de desculpas”, afirmou Horan. “Eu gostaria de conhecer
ele e sua família. Mas não tive nenhuma resposta. Eu o condeno por isso.
Ele fracassou em cortesia básica e em boas maneiras”, avaliou.
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Cornelius Horan escreveu cartas pedindo desculpas a Vanderlei Cordeiro de Lima, sem sucesso |
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