Maria do Rosário é expulsa de protesto por morte de médica no Rio Grande do Sul; veja vídeo
A
deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) foi xingada na noite de
terça-feira (16) no Centro de Porto Alegre durante um protesto que pedia
paz e segurança após a morte da médica Graziela Müller Lerias no
domingo (14) durante um assalto.
A parlamentar passou pelo Palácio
Piratini, sede do governo gaúcho, após deixar um evento na Assembleia
Legislativa, e decidiu ir de encontro aos manifestantes, segundo
informou sua assessoria de imprensa. A mobilização havia sido iniciada
mais cedo em frente ao Museu de História da Medicina do Rio Grande do
Sul.
A parlamentar foi chamada de “cúmplice” pelos manifestantes,
que pediam para ela sair do local. Também conforme a assessoria de Maria
do Rosário, ela foi prestar solidariedade aos familiares e amigos.
Um
vídeo gravado por um manifestante e publicado no YouTube mostra a
reação do grupo à presença da deputada. “As pessoas gritavam que ela
tinha que morrer. Ela foi prestar apoio como deputada federal e foi
tratada dessa forma por pessoas que pensam que quem trabalha com
direitos humanos defende bandido. Ela foi agredida, não revidou e ficou
muito abalada”, relata a assessora de Maria do Rosário.
Em
nota divulgada nesta quarta-feira (17), a deputada afirmou que é
solidária à família e que luta para que a paz prevaleça. Leia na
íntegra:
“Meus amigos e amigas, ontem no final da tarde,
quando fomos participar de um evento sobre a questão ambiental na
Assembleia Legislativa, passamos por um ato público que pedia paz. Ao
voltarmos de nossa atividade, percebemos que o grupo ainda se encontrava
lá e que as portas do Palácio Piratini não tinham sido abertas para que
o Governo Estadual os recebesse.
Percebendo que eram
pessoas que carregavam um cartaz com o nome da jovem médica assassinada
em Porto Alegre, ficamos em um dilema:
Simplesmente sair e
se proteger daquela situação, fingindo não ver (caminho comum e
confortável que a maioria da classe política adota), ou voltar e
manifestar solidariedade e apoio, mesmo sujeitos à incompreensão.
A
omissão não é nossa característica. Voltar as costas a quem sofre
também não. A opção estava tomada pelo imperativo ético. Situações assim
nos colocam diante de nossos princípios.
Ao passarmos
por ali não demos as costas à vítima; somos solidários à sua família e
lutamos incansavelmente para que a paz prevaleça e não existam mais
vidas destruídas. Este é o sentido de nossa existência.”
G1
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