TJ-RJ nega habeas corpus de lutador marroquino preso por assédio sexual
O
Plantão Judiciário negou o habeas corpus do atleta marroquino de boxe
Hassan Saada, de 22 anos, que foi preso por suspeita de ter estuprado
duas camareiras brasileiras na Vila dos Atletas, na quarta-feira (3).
O
pedido foi indeferido pelo desembargador Wilson do Nascimento Reis
indeferiu na madrugada deste sábado (6). Na decisão, o desembargador
afirmou não ter encontrado qualquer irregularidade na prisão que
justificasse o deferimento do habeas corpus.
Segundo o advogado de
defesa Paulo Freitas Ribeiro, Hassan está fora da Olimpíada. De acordo
com Ribeiro, ele iria disputar hoje o ringue com o turco Nadir Mehmet
Unal, mas não há mais como recorrer da decisão para garantir que ele
permaneça na competição.
A prisão temporária de Hassan foi
decretada na quinta-feira, dia 4, pela juíza Larissa Nunes Saly, do
Juizado do Torcedor e Grandes Eventos do TJRJ. O atleta foi transferido
para presídio de Bangu, na Zona Oeste do Rio. A informação foi
confirmada por policiais da delegacia que acompanha a ocorrência.
A
prisão temporária do boxeador foi decretada pelo Juizado do Torcedor e
dos Grandes Eventos, com base em provas reunidas por investigadores da
42ª DP (Recreio dos Bandeirantes). Advogado diz que marroquino negou o
estupro.
O atleta iria competir neste sábado (6), às 12h30, no
Pavilhão 6 do RioCentro, com o turco Mehmet Nadir Unal, mas está fora
dos Jogos Olímpicos porque deve ficar preso por 15 dias.Veja mais detalhes sobre o lutador.
De
acordo com a polícia, ele teria chamado as duas camareiras como se
quisesse pedir uma informação. Quando elas entraram no quarto para ver o
que o boxeador queria, ele as atacou e começou a apertar as coxas de
uma delas e os seios da outra.
Segundo o Código Penal, o crime de
estupro se configura se o autor forçar a vítima a ter conjunção carnal,
praticar ato libidinoso (qualquer um que vise prazer sexual) ou obrigar a
vítima a permitir que se pratique ato libidinoso com ela. Portanto,
qualquer ato com sentido sexual praticado sem consentimento é
considerado estupro. Entenda o que diz a legislação brasileira.
Hassan
Saada estava com mais dois atletas no quarto, que nada teriam feito com
as duas mulheres. Segundo a polícia, elas conseguiram se desvencilhar e
saíram do quarto.
“A gente espera que sirva de exemplo. Para nós,
mulheres, é um desrespeito muito grande. Independente da cultura, a lei
é o que vale. Pode andar com mais roupa, menos roupa. Há alguns boatos
de que houve outros casos na Vila Olímpica”, disse a delegada Carolina
Salomão.
Lutador foi para Bangu
Como não
tem nível superior, Saada deve ficar detido em presídio comum. Antes da
transferência, no entanto, as vítimas tiveram que fazer o seu
reconhecimento, já que ele foi identificado inicialmente por foto.
Natural
de Casablanca, maior cidade marroquina, Saada conseguiu a classificação
para a Olimpíada na categoria meio-pesado apenas em junho deste ano, no
torneio qualificatório em Baku, no Azerbaijão. Ele foi o nono colocado
no Mundial de boxe de 2015, em Doha.
O Comitê Rio 2016 afirmou que
está ciente do caso, que a prisão extrapola o âmbito esportivo e que
vai colaborar com as investigações no que for necessário.
Outra suspeita de estupro
No
domingo (31), o segurança Genival Ferreira Mendes, funcionário da
empresa Gocil, que presta serviços ao Comitê Rio 2016, foi autuado em
flagrante suspeito de praticar ato libidinoso contra uma bombeiro civil dentro do Velódromo, no Parque Olímpico.
De
acordo com o Comitê Rio 2016, a empresa Gocil foi notificada de que o
funcionário “infringiu o código de conduta e ética do Comitê”.
G1
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