Alceu Valença conta trajetória de vida em show acústico no Distrito Federal
O
cantor Alceu Valença vem a Brasília para apresentar um show acústico
neste sábado (23), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. O
repertório traz um roteiro “musical e sentimental” a partir da
trajetória do artista, que completou 70 anos no último dia 1º.
O músico é acompanhado pelo violonista Paulo Rafael e pelo sanfoneiro
André Julião. O show traz composições do próprio Alceu e clássicos que
influenciaram a carreira dele, como “Pau-de-arara”, “Juazeiro” e “Xote
das meninas”, de Luiz Gonzaga. Outra do “rei do baião” é “Sabiá”.
Durante a apresentação, ele faz uma espécie de passeio pela sua obra,
dos tempos de menino poeta em São Bento do Una, onde nasceu, passando
por Olinda, Recife, pelo Brasil afora e até por países como a França.
Entre as músicas de autoria do próprio Alceu estão “Cavalo-de-pau”,
“Sino de ouro”, “Anunciação”, “Como dois animais”, “Na primeira manhã”,
“Táxi lunar”, “Pelas ruas que andei”, “Coração bobo”, “Solidão”, “Belle
de Jour” e “Tropicana”.
Nascido no interior de Pernambuco, o cantor e compositor Alceu Valença
assimilou desde a infância elementos da cultura do agreste e do sertão
do Nordeste – pelo canto de aboiadores, emboladores, violeiros e
cantadores de feira.
Os encontros musicais e poéticos promovidos pelo avô dele e o contato
direto com toadas, baiões, xotes e rojões, cantigas de cego, tocadores
de sanfona de oito baixos e os poetas de cordel, versejadores populares e
artistas de circo, entre outros, acabaram sendo fundamentais para a
construção da música do artista.
Ainda na infância, a família se mudou para Garanhuns e depois para
Recife, onde o músico conheceu o frevo, o maracatu e a ciranda, gêneros
também encontrados na obra de Alceu. Foi na adolescência que ele teve
contato direto com a cultura urbana, com a poesia da cidade, o cinema, a
política e as questões sociais.
Depois de se formar em direito ele passou a se inscrever em festivais de
música. Vivendo no Rio de Janeiro desde 1970, ele se apresentou dois
anos depois ao lado de Jackson do Pandeiro e Geraldo Azevedo no Festival
Internacional da Canção. A música “Papagaio do futuro” foi
desclassificada, mas despertou curiosidade do público.
“Quadrofônico” foi o primeiro disco de Alceu, lançado em 1972 em
parceria com Geral do Azevedo. O primeiro grande sucesso nacional foi
“Coração bobo”, em 1980. Durante esta década, ele emplacou hits como
“Tropicana”, “Anunciação” e “Cópias mal feiras”, que foi tema da novela
Roque Santeiro, da TV Globo.
Em 1996, ele reencontrou o parceiro Geraldo Azevedo no projeto “Grande
encontro”. Os dois fizeram shows e um álbum ao vivo ao lado de Zé
Ramalho e Elba Ramalho. O quarteto repetiu a dose em “Grande encontro
2”, em 1997, e em “Grande encontro 3”, em 2000.
Ao longo de mais de quatro décadas, Alceu gravou 25 discos de estúdio e
pelo menos 10 álbuns ao vivo, entre projetos solos e em parcerias. Os
trabalhos mais recentes são “Amigo da arte” e ‘Valencianas” – gravado ao
vivo com a Orquestra Ouro Preto, ambos de 2014.
A biografia do artista inclui também o filme “A luneta do tempo”,
lançado em 2014, e o livro “O poeta da madrugada”, que chegou às lojas
em janeiro do ano passado.
G1.com,br
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