terça-feira, 12 de julho de 2016

Proibição do NEGO

Camisa com bandeira da Paraíba segue proibida em Teixeira por decisão de juiz 

Camisa com bandeira da PB segue proibida em Teixeira
NEGO: segue proibido uso de camisa com bandeira da Paraíba em Teixeira por propaganda política irregular 

A decisão de um juiz no interior da Paraíba de proibir os moradores de vestir bandeira com as cores do estado, tem gerado polêmica e dividido a população. O juiz eleitoral substituto da 30ª Zona Eleitoral da Paraíba, que fica em Teixeira, no Sertão, Gustavo Camacho Meira, proibiu através de liminar o uso de camisas vermelhas e pretas com a inscrição 'Nego', similar à bandeira do estado. O magistrado entendeu que as vestimentas serviam de propaganda para o prefeito do município, Edmilson Alves dos Reis (PMDB), conhecido por 'Nego de Guri'. Ou seja, segundo entendimento do juiz, os moradores de Teixeira estavam fazendo propaganda política irregular, incentivados pelo atual gestores.
A Justiça foi acionada pelo presidente do diretório municipal do PDT em Teixeira, Renato Marques de Amorim, que faz posição à atual administração. Segundo a representação, as camisas estavam sendo usadas para fazer propaganda do prefeito fora do período regulamentar de campanha eleitoral. A liminar foi expedida no dia 29 de junho. "Eu entendi que as camisas eram uma propaganda subliminar da campanha do atual prefeito, chamado de 'Nego'. O partido de oposição entrou com uma representação e eu acabei expedindo a liminar, já que a legislação eleitoral é bem clara e proíbe [uso de] camisas", disse o juiz Gustavo Camanho Meira.
Na decisão, o magistrado proíbe atos políticos em locais públicos com pessoas vestindo camisas vermelhas e pretas com a expressão 'Nego', além da proibição de distribuição dessas camisas. Carreatas com carros de som também estão incluídas entre as proibições.
Ainda de acordo com o juiz eleitoral, foi denunciado que servidores municipais estavam trabalhando em repartições públicas com as camisas. "Não tivemos registro de confusões nos órgãos públicos, mas decidimos proibir o uso também nestes locais", afirmou Gustavo Camacho Meira.
A população reagiu a decisão. Na cidade muitos moradores descordaram dos argumentos usados pela oposição para convencer o juiz a proibir o uso de camisetas com as cores da Paraíba. Mesmo assim, prometem cumprir a ordem, e só voltar a vestir as camisas nas cores preto e vermelho, após a campanha eleitoral.
A atual bandeira da Paraíba foi implantada no dia 25 de setembro de 1930, alguns meses depois da morte de João Pessoa, que foi assassinado por um rival político em Recife. A morte causou uma grande comoção popular e é considerado o estopim da Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder.
De acordo com os historiadores, o “Nego” da bandeira paraibana é a conjugação do verbo “negar”, e remete à não aceitação por parte do político João Pessoa, então presidente da Paraíba, a apoiar politicamente a campanha de Júlio Prestes à presidência do Brasil nas eleições de 1930. “João Pessoa era candidato à vice-presidência na chapa de Getúlio Vargas e, antes da eleição, em 1929, ele foi convidado a deixar a chapa e apoiar o candidato da situação. Por meio de um comunicado, o político negou oficialmente o apoio e o nome na bandeira vem justamente desta negação”, explica.
Ainda segundo os historiadores, a família de João Pessoa tinha uma influência política muito forte e teria utilizado esta influência para, com o pretexto de homenagear o político, modificar o nome da capital paraibana, então chamada de Parahyba, e implantar uma nova bandeira no estado, que estava sem o símbolo desde 1922.
A bandeira rubro-negra foi oficializada como a 'Bandeira do Nego' em 26 de julho de 1965, pelo governador da Paraíba na época, Pedro Moreno Gondim.
Severino Lopes - 
PBAgora

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