Turquia prende 6 mil por tentativa de golpe militar e promete número maior
O
órgão de controle de magistrados e procuradores da Turquia ordenou
neste domingo (17) a prisão dos 2.745 juízes que haviam sido removidos
de seus cargos no último sábado (16) por suspeitas de ligação com o
clérigo e magnata Fethullah Gülen, acusado pelo presidente Recep Tayyip
Erdogan de ter patrocinado o golpe de Estado fracassado no país.
Mais
cedo, o ministro turco da Justiça, Bekir Bozdag, havia dito que cerca
de 6 mil pessoas tinham sido presas por causa da tentativa de revolta e
que certamente esse número aumentaria.
— Continuaremos a fazer a limpeza — foram as palavras de Bozdag.
Entre
os alvos da polícia está o coronel Ali Yazici, conselheiro militar do
presidente e que teria indicado sua localização aos golpistas. Enquanto
isso, Erdogan participou em Istambul do funeral de vítimas das batalhas
da última sexta-feira (15) e voltou a acusar Gülen, que vive em
autoexílio nos Estados Unidos, pelo golpe fracassado.
— Faremos uma faxina dentro de todas as instituições do Estado para acabar com o vírus [de Gülen].
A
multidão respondeu ao discurso do presidente com gritos de “Fethullah
vai pagar” e “Queremos a pena de morte”. Ancara deve apresentar nos
próximos dias a Washington um pedido formal de extradição do clérigo,
que lidera o Gülen — também conhecido como “Hizmet” (“Serviço”, em
turco) —, movimento político e social que prega uma versão moderada do
Islamismo.
O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut
Cavusoglu, conversou por telefone com o secretário de Estado dos EUA,
John Kerry, sobre os procedimentos para repatriar o imã. Apesar disso,
as tensões entre os dois países seguem altas.
— Se os Estados
Unidos apoiarem Gülen, isso afetará sua reputação. Não acho que
protegerão uma pessoa do tipo”, afirmou o ministro Bozdag.
Existe o
temor de que a tentativa de golpe sirva de pretexto para Erdogan
acelerar sua deriva autoritária na Turquia. O próprio Gülen acusa o
presidente de ter “encenado” a revolta para continuar perseguindo
adversários.
Ambos foram aliados até 2013, quando o governo fechou
diversas escolas gülenistas. Desde então, o imã é visto como o
principal inimigo do mandatário.
R7
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