quarta-feira, 20 de julho de 2016

Fraude em licitações em Princesa Isabel é comprovada

Polícia Federal vê superfaturamento em obras de Princesa Isabel e 'sumiço de documentos'

Foram constatadas práticas diversas que visavam atrapalhar o processo de descoberta dos desvios e que 20% dos recursos foi comprovadamente desviado


Representantes do Ministério Público Federal (MPF), da Controladoria Geral da União (CGU) e da Polícia Federal detalharam, em entrevista coletiva realizada no final da manhã desta terça-feira (19), no município de Patos, sobre como funcionava o esquema que promoveu fraude em licitações para construção de Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Centro de Reabilitação no município de Princesa Isabel. A ação fez parte da Operação Cardeiro.
O procurador da República, Renan Paes Félix, afirmou que a Controladoria Geral da União (CGU) fez diligências in loco e identificou, em auditoria, o desvio de cerca de R$ 1 milhão em recursos federais. A verba foi retirada através de superfaturamentos, aquisição de insumos de baixa qualidade e utilizados em serviços pagos, mas não executados.
De acordo com o procurador, alguns desses serviços analisados merecem registro. Entre eles, a queda da porta da frente no dia de inauguração de uma das unidades de saúde, devido ao material de baixa qualidade; a não construção do telhado com sistema de captação de água da chuva, que deveria ter sido realizada, visto que o município de Princesa Isabel está passando por crise hídrica.
Durante as investigações foram constatadas práticas diversas que visavam atrapalhar o processo investigativo, dentre elas: pressão sobre testemunhas, alterações de projetos de arquitetura e ligações para servidores da prefeitura requerendo o desaparecimento de documentos.
Segundo o delegado da Polícia Federal de Patos, Glauter Morais, foram expedidos 10 mandados de busca e apreensão, 7 de condução coercitiva e 2 de prisão preventiva. Tais mandados já foram deferidos e judicialmente autorizados pela 11ª Vara da Justiça Federal em Monteiro (PB).
Ao final da coletiva, Gabriel Aração, chefe da CGU da Paraíba, afirmou que 20% dos recursos aplicados foi comprovadamente desviado em obras ligadas à área de saúde no município de Princesa Isabel.
WSCOM

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