A ‘grande aliança’ e o mérito de Luciano Cartaxo, prefeito de João Pessoa
Por Heron Cid
Inteligentemente,
a estratégia socialista tentou empanar nas últimas horas o impacto da
formação do blocão de alianças em torno da reeleição do prefeito Luciano
Cartaxo. Ricardo Coutinho e seu grupo se esforçaram para rebaixar
conceitualmente as forças que se uniram no seu campo adversário.
Esforços
à parte, Luciano Cartaxo não entrou no debate puxado por Ricardo com o
senador Cássio Cunha Lima, uma queda de braço que interessa, por óbvio,
apenas ao socialista para, por tabela, diminuir o prefeito e estabelecer
um confronto entre o projeto do PSB e o do PSDB, mesmo este não sendo
protagonista e nem gestor da cidade.
Cartaxo, ao que ficou claro,
não vai entrar nessa. E age acertadamente. Pra ele é muito mais
apropriado surfar na onda e colher os frutos da construção política que
pessoalmente liderou, com pé no chão e silêncio, nos últimos dias.
E
de fato foi uma grande aliança, operada com imorredoura paciência,
esgotamento de diálogo e notada capacidade de aglutinação. Só os grandes
líderes estaduais conseguiram unir tantas forças diferentes e com suas
singularidades no mesmo palanque.
Cartaxo estabeleceu, ao seu modo
particular, um novo modelo de atrair para si uma unidade tão plural.
Demonstrou estilo próprio, diferente de José Maranhão e Cássio, que agem
como comandantes máximos de suas respectivas legendas.
Luciano
liderou muitas e demoradas conversas com caciques políticos, sem nenhuma
imposição, sem a necessidade de aparecer nelas como o líder principal e
nem muito menos de ser o centro das atenções.
No final,
contabilizou um feito inédito: juntou forças muito diferentes no mesmo
arco, se reuniu e pactuou com políticos e legendas de reconhecida força
política, sem ofuscar o brilho alheio. Mas, na prática, é dele a
liderança e o protagonismo de todo o processo. Criou um novo estilo que
terá desdobramentos e efeitos. Pro presente e futuro.
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