Pauta do Congresso prevê votação nesta terça-feira da nova meta fiscal
O
Congresso Nacional deve votar nesta terça-feira (24) a proposta de
revisão da meta fiscal para 2016. A sessão está marcada para começar às
11h. Mais cedo, às 10h, a Comissão Mista de Orçamento discutirá a
matéria, mas o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros
(PMDB-AL), convocou o plenário para votar o texto ainda que o colegiado
não tenha votado o texto.
A proposta de revisão da meta fiscal de 2016 prevê um déficit (despesas
maiores do que receitas) das contas públicas de até R$ 170,5 bilhões.
Inicialmente o governo da presidente afastada, Dilma Rousseff, havia
pedido uma revisão da meta fiscal para autorizar déficit de R$ 96.65
bilhões. Na última sexta (20), porém, a equipe econômica do presidente
Michel Temer apresentou projeto defendendo o déficit maior.
Se deputados e senadores não aprovarem a nova projeção, o governo terá
de cumprir a meta enviada por Dilma, com previsão de superávit de R$ 24
bilhões. Na prática, em meio a um momento de crise econômica e diante de
um cenário em que o governo deve gastar mais do que arrecadar, isso
pode paralisar o governo.
Nesta segunda-feira (23), o presidente em exercício Michel Temer foi ao
Congresso para entregar ao presidente do Congresso Nacional a nova
proposta de revisão da meta fiscal. Ele foi à reunião acompanhado do
ministro afastado Romero Jucá (Planejamento), além de Henrique Meirelles
(Fazenda), Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) e Eliseu Padilha
(Casa Civil).
Após o encontro, Renan Calheiros falou rapidamente com jornalistas na
entrada do gabinete da presidência do Senado. O peemedebista disse que
fará "o possível" para que o Congresso aprove a redução da meta porque, o
que está "em jogo" não é o governo Temer, mas, sim, disse, o "interesse
nacional".
Romero Jucá afastado do Planejamento
A visita de Temer e dos ministros ao Congresso ocorreu horas depois de o
jornal "Folha de S.Paulo" divulgar trechos de um diálogo entre Jucá
(PMDB) e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado em que Jucá sugere
um "pacto" para tentar barrar a Operação Lava Jato. O caso levou o
presidente em exercício Michel Temer solicitar afastamento de Jucá do
cargo, "até que sejam esclarecidas as informações divulgadas pela
imprensa".
Ele disse que o peemedebista continuará, "neste período, auxiliando o
Governo Federal no Congresso de forma decisiva, com sua imensa
capacidade política". A previsão é que Jucá já tenha reassumido o
mandato de senador para votar na sessão desta terça.
Desde a manhã de segunda-feira, o meio político na capital federal ficou
conturbado em razão da gravação na qual o ministro Romero Jucá sugere
um “pacto” para barrar a Lava Jato. Ao chegar ao Senado, Jucá foi
perguntado se continua no cargo. “Calma, vocês estão muito apressados”,
respondeu.
Alvo de inquéritos no Supremo Tribunal Federal que investigam a
participação de políticos no esquema, Jucá concedeu entrevista coletiva
no início da tarde em que afirmou que “não deve nada a ninguém”, não tem
“nada a temer” e que, se tivesse “medo”, não teria assumido a
presidência do PMDB. Horas depois, no entanto, ele anunciou que vai se
licenciar do ministério a partir desta terça-feira (24).
O conteúdo da gravação gerou repercussão entre parlamentares em
Brasília. Enquanto o líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE),
cobrou explicações de Jucá, o líder do PT na Casa, Afonso Florence (BA),
avaliou que o conteúdo da gravação “não surpreende”, porque a “dimensão
conspirativa do golpe era nítida”.
Medidas econômicas
Também para esta terça-feira, está previsto no Palácio do Planalto um
anúncio, pelo presidente em exercício, de novas medidas econômicas que o
governo julga necessárias para o país retomar o crescimento e reduzir o
déficit nas contas públicas.
G1
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