CPI da CBF é oficialmente criada no Senado
Foi
oficialmente criada nesta sexta-feira (29) a Comissão Parlamentar de
Inquérito que vai investigar a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e
o comitê organizador local da Copa do Mundo Fifa 2014.
Segundo a
Secretaria-Geral da Mesa do Senado, as 53 assinaturas reunidas pelo
senador Romário (PSB-RJ) foram mantidas. Os parlamentares tiveram até
meia-noite para retirar ou acrescentar assinaturas ao pedido. O início
dos trabalhos, no entanto, ainda leva alguns dias. Respeitando a
proporcionalidade das bancadas e dos partidos no Senado, os líderes
partidários terão cinco dias para indicar os parlamentares que
integrarão o colegiado e só depois disso é marcada uma reunião de
instalação da comissão. Nela, serão eleitos presidente, vice-presidente e
relator da CPI.
A CPI da CBF será a sexta em funcionamento no
Senado, terá sete membros titulares e 180 dias para investigar possíveis
irregularidades em contratos feitos para a realização de partidas da
Seleção Brasileira de futebol, de campeonatos organizados pela CBF,
assim como para a realização da Copa das Confederações em 2013 e da Copa
do Mundo de 2014.
Apesar de estar nesta sexta-feira (29)
cumprindo compromissos em Brasília, o senador Romário não foi encontrado
para comentar o assunto até a publicação da reportagem. Ontem (28), o
senador que é ex-jogador de futebol, falou na tribuna sobre as
expectativas em relação ao trabalho da comissão. "Acredito que, com essa
possibilidade dessa CPI nesta Casa, a gente possa realmente fazer um
trabalho sério, corajoso e honesto, e que o resultado seja um só: que
definitivamente o futebol brasileiro seja moralizado. Na verdade, dois
resultados: que todos aqueles que praticaram crime durante esses anos
todos e se enriqueceram ilicitamente paguem pelos seus crimes,
principalmente sendo presos".
Romário disse ainda que esse é o
momento oportuno para uma devassa na CBF. Ele acrescentou ainda que as
investigações do FBI apontam indícios de que parte das propinas pagas
pelo ex-presidente da CBF José Maria Marin foram compartilhadas por
outro ex-presidente da entidade Ricardo Teixeira e pelo atual
presidente, Marco Polo Del Nero.
O pedido de criação da CPI foi
apresentado por Romário depois que Marin e outros seis dirigentes da
Fifa foram detidos na última quarta-feira (27) pelo serviço de
inteligência norte-americano (FBI) e pela polícia suíça em Zurique por
suspeita de corrupção. Entre outras irregularidades, Marin teria
recebido propina em um esquema de corrupção envolvendo a organização da
Copa América.
Agência Brasil
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