Padres são suspeitos de integrar rede de pornografia que atua no Nordeste
Um
jovem de 21 anos, que recentemente trabalhou como catequista em uma
igreja na cidade de Goianinha, município distante pouco mais de 50
quilômetros de Natal, foi preso na manhã da última quarta-feira (10)
suspeito de participar de uma rede de distribuição de fotos e vídeos com
imagens de adolescentes nus. Ao G1, o delegado Wellington Guedes disse
que o material era compartilhado pela internet e por meio de aplicativos
de celular. "Em depoimento, o suspeito revelou que alguns dos
destinatários são seminaristas, padres, monges, dentre outras pessoas
ligadas à Igreja Católica de cidades potiguares e de municípios nos
estados da Paraíba, Ceará, Minas Gerais e São Paulo", acrescentou.
"Estamos diante de fortíssimos indícios de uma grande rede de
pornografia juvenil", acrescentou Guedes. O delegado explicou que o
suspeito deixou de auxilar nos trabalhos religiosos há duas semanas,
tendo sido cortado por falta de condições de pagamento da igreja.
Contudo, ele foi preso em cumprimento a uma ordem judicial expedida pela
Justiça. "Ele foi preso porque, depois de ser dispensado, passou a
extorquir um padre, alegando ter fotos do sacerdote sem roupas. No
notebook do catequista, encontramos diversas imagens de adolescentes
pelados. Alguns deles, em posições eróticas, pornográficas", contou.
Ainda segundo Guedes, o rapaz admitiu fazer parte do esquema e revelou a
participação de religiosos na rede. "Além de todo o material que
encontramos, ele mesmo confessou tudo. Agora estamos trabalhando para
tentar identificar quem são os demais envolvidos. Tem muita gente. As
fotos e os vídeos eram compartilhados principalmente pelo Facebook,
grupos de WhatsApp e Skype", acrescentou.
O delegado disse que as investigações ainda estão em estágio preliminar,
mas que já há provas suficientes para indiciá-lo por extorsão e crimes
previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente, caso do armazenamento
e distribuição das imagens que envolvem os menores nus. "Ele vai
permanecer preso. O computador e o telefone celular dele estão
apreendidos e serão encaminhados para perícia", finalizou.
G1
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