Lula não comenta acusações sobre propina na Petrobras
O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se recusou a comentar
diretamente as acusações de Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, executivo
da empresa
Toyo Setal, de que propinas devidas ao ex-diretor da Petrobras Renato
Duque foram pagas como doações eleitorais ao PT. Ao sair de um seminário
sobre integração sul-americana na cidade equatoriana de Guayaquil, Lula
apenas afirmou que estranhava ver informações que deveriam ser
sigilosas serem vazadas.
"Eu estou pensando em falar sobre isso um dia desses para colocar umas
verdades no lugar. Porque como a delação é sigilosa só a Polícia Federal
e o Procurador que sabem tudo isso", afirmou. "Se é sigilo eu estou
estranhando como está vazando, a quem interessa e quem está promovendo
isso". Perguntado se achava fantasiosas as declarações de Mendonça Neto,
disse que sim.
O executivo da Toyo Setal deu depoimento em 29 de novembro para a
Polícia Federal como parte de um acordo de delação premiada. O nome de
Duque já havia surgido durante as investigações, mas Mendonça Neto fez
as primeiras acusações diretas ao ex-diretor, que é ligado ao PT. As
propinas devidas a ele teriam sido pagas de três formas. Além da doação
ao partido, envolveria transferências ao exterior e parcelas em dinheiro vivo.
Lula está no Equador para participar
de um seminário sobre integração na região organizado pelo governo do
país e por seu instituto. Ao terminar o encontro, sua assessoria tentou
evitar de todas as formas o acesso da imprensa brasileira ao presidente
chegando a cancelar uma entrevista prometida a rede de TV venezuelana
TeleSur. Ao sair da sala onde se encontra com outros convidados, no
entanto, Lula não tentou fugir. Apenas afirmou que não comentaria.
Diario de Pernambuco
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