Heron Cid: Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão
da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV do Sistema Correio de
Comunicação. Contato com a Coluna: heroncid@gmail.com
Derrota desnecessária
Até creio que, se eleito,
Coriolano Coutinho tinha bons propósitos e melhoraria o nível de gestão
da Federação Paraibana de Futebol, imersa num marasmo de décadas e numa
sucessão de irregularidades constatadas pela Justiça, sem falar na
mediocridade que rebaixa o nosso futebol. Pior do que está, não ficaria,
imagino.
Difícil entender, entretanto, são as razões dos conselheiros que
induziram o governador Ricardo Coutinho a permitir a exposição nesse
processo de um irmão, e dele próprio, por tabela. Porque, após o
resultado negativo no certame, não há como não contabilizar e associar a
derrota de um ao outro.
Logo agora, dois meses após Ricardo sair sacramentado das urnas pela
larga e incontestável vitória, derrotando um mito vivo da política
paraibana, até então imbatível durante 30 anos de vida pública e de
sucessivos mandatos? Por que arriscar tanto por tão pouco, a julgar pela
inexpressiva influência da FPF no dia-dia dos paraibanos?
Por estratégia de poder, até poderia ter um candidato, mas não com uma
digital (ou DNA) tão simbólica. Se o postulante fosse outro, ainda que
integrante do seu grupo e da sua confiança, a derrota teria outra
conotação. Com o irmão, é diferente. Por mais que não tenha movido um
dedo, fica a imagem de que fez de tudo, mas não levou.
Mergulhado na costura da vitória do bloco aliado na sucessão da Mesa
Diretora da Assembleia, Ricardo, talvez, não teve tempo de refletir
direito sobre o equívoco da deliberação pela inserção de Coriolano na
disputa. Inteligente como é, deve ter sido levado pelos impulsos dos
aliados ainda em êxtase pelo triunfo de outubro.
Esses, de tão embevecidos, esqueceram que, diferente do processo
democrático das urnas, onde uma população heterogênea é chamada a fazer
um julgamento a partir de convicções, eleição de colegiado tem outra
dinâmica... E valore$. E quando esse ingrediente está em jogo e o voto é
secreto, a tentação pela traição costuma falar alto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário