sábado, 13 de dezembro de 2014

Federação Paraibana de Futrebol

Heron Cid: Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV do Sistema Correio de Comunicação. Contato com a Coluna: heroncid@gmail.com

Derrota desnecessária


Até creio que, se eleito, Coriolano Coutinho tinha bons propósitos e melhoraria o nível de gestão da Federação Paraibana de Futebol, imersa num marasmo de décadas e numa sucessão de irregularidades constatadas pela Justiça, sem falar na mediocridade que rebaixa o nosso futebol. Pior do que está, não ficaria, imagino. 

Difícil entender, entretanto, são as razões dos conselheiros que induziram o governador Ricardo Coutinho a permitir a exposição nesse processo de um irmão, e dele próprio, por tabela. Porque, após o resultado negativo no certame, não há como não contabilizar e associar a derrota de um ao outro.

Logo agora, dois meses após Ricardo sair sacramentado das urnas pela larga e incontestável vitória, derrotando um mito vivo da política paraibana, até então imbatível durante 30 anos de vida pública e de sucessivos mandatos? Por que arriscar tanto por tão pouco, a julgar pela inexpressiva influência da FPF no dia-dia dos paraibanos?

Por estratégia de poder, até poderia ter um candidato, mas não com uma digital (ou DNA) tão simbólica. Se o postulante fosse outro, ainda que integrante do seu grupo e da sua confiança, a derrota teria outra conotação. Com o irmão, é diferente. Por mais que não tenha movido um dedo, fica a imagem de que fez de tudo, mas não levou.

Mergulhado na costura da vitória do bloco aliado na sucessão da Mesa Diretora da Assembleia, Ricardo, talvez, não teve tempo de refletir direito sobre o equívoco da deliberação pela inserção de Coriolano na disputa. Inteligente como é, deve ter sido levado pelos impulsos dos aliados ainda em êxtase pelo triunfo de outubro.

Esses, de tão embevecidos, esqueceram que, diferente do processo democrático das urnas, onde uma população heterogênea é chamada a fazer um julgamento a partir de convicções, eleição de colegiado tem outra dinâmica... E valore$. E quando esse ingrediente está em jogo e o voto é secreto, a tentação pela traição costuma falar alto.

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