REVISTA VEJA DOBRA SUA APOSTA NO IMPEACHMENT DE DILMA
247 - A revista Veja, da família Civita, prossegue
em sua cruzada antidemocrática. Neste fim de semana, o editorial
assinado pelo jornalista Eurípedes Alcântara, diretor de redação da
revista, sugere o impeachment da presidente Dilma Rousseff, que foi
reeleita há pouco mais de um mês.
“Caso se confirme acima de qualquer dúvida que entrou dinheiro sujo
para pagar despesas de campanha do PT em todos os níveis, até mesmo a
presidente Dilma teria o que temer. Em 2005, Lula escapou das
consequências da revelação de mesma octanagem feita por Duda Mendonças,
seu marqueteiro, perante uma comissão do Congresso Nacional. Mas os
tempos eram outros. Lula era extremamente popular, a oposição estava
desidratada e da economia vinham apenas notícias boas. Se Dilma tiver de
enfrentar questionamentos semelhantes, ela o faria por uma reeleição
muito apertada, pelo ressurgimento da oposição e por uma economia de
prospectos desanimadores”.
Ou seja: na lógica de Veja, existiriam condições reais para um
impeachment. O pretexto é a delação premiada de Augusto Mendonça, um
corrupto confesso, que atuou na empresa Toyo Setal, e disse ter feito
doações legais de R$ 4 milhões ao PT, que comparou a “propina”. Depois
disso, Reinaldo Azevedo, blogueiro de Veja, propôs o banimento do PT da
atividade política (leia aqui), sendo rebatido por Breno Altman (leia aqui).
A estratégia golpista é clara: criminalizar as doações oficiais de
campanha. No entanto, esse plano esbarra em algumas dificuldades. As
empreiteiras atingidas pela Lava Jato financiaram campanhas de todos os
partidos. Esquemas de corrupção em outras estatais, como a mineira
Cemig, joia da coroa de governos tucanos, também alimentaram o esquema
de Yousseff (leia aqui).
A propósito, a empreiteira mineira Andrade Gutierrez, uma das
principais financiadoras de Aécio, recebeu, de bandeja, a gestão da
Cemig, que lhe foi entregue graciosamente pelo PSDB, num caso que ainda
dará muito pano pra manga. Terá sido propina a doação da Andrade a
Aécio?
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