Roberta Close completa 50 anos, e amigos entregam que ela não quer voltar ao Brasil
Extra online
Roberta Close fez muito sucesso por conta da sua beleza Foto: Arquivo/Divulgação |
Nos
anos 80, a mulher mais bonita do país era uma transexual. E quem se
importava? Muitos. Mesmo assim, ela virou musa, modelo, atriz, ganhou
fama, dinheiro e até uma música. Tudo por sua simpatia e uma beleza
exuberante. Muitos closes se passaram de lá para cá, e Roberta Gambine
Moreira, que completa 50 anos hoje, ainda não conseguiu vencer o seu
maior inimigo: o medo do preconceito.
Por
causa dele, essa carioca do Bairro de Fátima, que virou uma mania
nacional quando surgiu, prefere viver fora do Brasil, na cidade de
Zurique, na Suíça, longe dos holofotes e ao lado do marido, um alto
funcionário da Nestlé, o suíço Roland Granacher, com quem está casada há
20 anos.
Roberta Close com o marido, o suíço Roland Granacher Foto: Arquivo/Marcelo Faustini |
Com
o tempo, as vindas à terra natal foram se resumindo a uma por ano.
Cada vez menores são também suas aparições e o interesse de Roberta
Close em estar em evidência. Magoada com a mídia brasileira, ela evita
dar entrevistas - negou todos os nossos pedidos -, principalmente se
for para falar de um assunto que sempre quis esquecer: ter nascido Luiz
Roberto.
Roberta Close durante a sua última visita ao Brasil Foto: Reprodução/Facebook |
Roberta Close em fotos atuais Foto: Reprodução/Facebook |
A
última passagem por aqui foi em setembro, quando veio visitar o pai e
resolver um problema no apartamento que ainda possui no bairro de Cosme
Velho. Um dos motivos que colaboraram para o seu afastamento foi uma
foto sua, publicada há um ano e meio no Instagram do estilista Walério
Araújo.
Roberta Close no clique compartilhado no Instagram do estilista Walério Araújo Foto: Instagram / Reprodução |
"Ela
ficou muito chateada, primeiro comigo, achando que eu tinha divulgado a
imagem para a imprensa. Depois, com os comentários atacando ela e
enfatizando suas transformações no rosto", entrega o profissional. Para
os que convivem com Roberta, tudo não passou de uma grande bobagem.
"Ela não tem menor problema em assumir que aplicou botox. Continua uma
mulher lindíssima, como exatamente há 20 anos", afirma Walério.
Roberta Close em fotos recente, com 49 anos Foto: Reprodução/Facebook |
Roberta
Close é descrita hoje pelos amigos como uma mulher sofisticada. Dona
de casa e falando cinco idiomas (português, francês, italiano, inglês e
alemão), ela passa a maior parte do tempo se cuidado e viajando com o
marido pela Europa, onde é bastante conhecida. Frequentadora das rodas
da alta sociedade europeia, Roberta chama a atenção pelo glamour. "Ela
foi lapidada, foi aprendendo com o tempo. Hoje, ela se veste muito bem,
está chiquérrima. Tem classe, porte", avalia Kelly Cunha, sua melhor
amiga. "Roberta é uma verdadeira dama europeia. Foi para a Suíça e
conquistou uma cultura generalizada", completa a travesti e amiga
Rogéria.
Roberta Close em foto recente Foto: Reprodução/Facebook |
Outra
grande companheira de Roberta foi Monique Lafond. As duas eram unha e
carne em 1986, quando trabalharam juntas na peça "Uma vez por semana"
(a primeira da carreira da transexual), e acompanhou de perto toda o
seu preparo psicológico para fazer a cirurgia de mudança de sexo, o que
aconteceria três anos depois, na Inglaterra.
"Foi um processo
difícil. Mas o desejo de ela se tornar mulher era maior do que tudo",
lembra a atriz. O mais difícil mesmo ainda estava por vir. "Roberta foi
muito julgada, sacaneada, sofreu muito por ser transexual. Voltar ao
Brasil virou um grande trauma para ela. Na Suíça, ela é uma mulher, e
ninguém fica questionando sobre isso", afirma outra amiga, a
transformista Isabelita dos Patins.
Roberta Close em foto recente, na Suíça Foto: Facebook
Roberta
Close, segundo os próprios amigos, sempre almejou fama e dinheiro.
Tentou e conseguiu o que queria. "Ela seria sucesso de novo se quisesse
fazer alguma coisa. É muito carismática, linda e talentosa", acredita
Monique Lafond. Mas Roberta não está mais disposta a pagar o alto preço
da fama.
"Ela não quer ser alvo de preconceitos. Está muito feliz
do jeito que está, casada e com a vida longe dos holofotes. Não tem
interesse em aparecer. Todas as vezes que ela vem ao Brasil, ela se
sente triste. Fazem questão de falar do fato de ela ter sido homem, e
pouco da trajetória dela como mulher, da luta dela com o próprio corpo.
Existe uma coisa muito machista e conservadora no Brasil. Isso trouxe
uma mágoa muito grande apara a minha tia", afirma a sobrinha Carolina
Gambine, de 22 anos, e que mantém contato quase que diário com a tia.
Roberta Close em homenagem ao Brasil durante a Copa de 2014 Foto: Facebook |
Bastante
ligada à família, Roberta tem mais dois sobrinhos, o pai e um irmão no
Rio. A mãe, de quem ela era muito ligada, faleceu há cinco anos. "Foi
um baque muito grande para ela", lembra a amiga Kelly. "Roberta me
disse que a única coisa que a prende aqui é a família, se não, ela não
voltaria nunca mais", acrescenta a cantora e travesti Divina Valéria,
que teve um encontro com a ex-modelo há três meses, durante um voo para o
Rio.
Festeira assumida, segundo a sua sobrinha, Roberta comemora
a chegada dos seus 50 anos viajando. "Ela sempre gostou de comemorar
aniversário, de sair para festas, mas esse ano ele vai festejar viajando
com o marido", conta Carolina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário