domingo, 7 de dezembro de 2014

Adeus ao futebol

Alex emociona em carta de despedida


Alex emociona em carta de despedidaNo último dia da vida como jogador de futebol, o meio-campista Alex escreveu um desabafo emocionado. O ídolo de Coritiba, Palmeiras, Cruzeiro e Fenerbahce entra em campo nesta tarde pela última vez na vitoriosa carreira, com a camisa justamente do time paranaense, que o revelou para o futebol. O dia especial gerou uma carta emocionada no Instagram do Coritiba, na qual Alex mostrou o que passa por sua cabeça.

O texto do meio-campista cerebral, jogador cada vez mais raro no futebol brasileiro, lembra Alfredo Di Stéfano, eterno craque argentino, ao qual Alex cita para agradecer à bola de futebol por tudo o que conquistou na vida. O atleta lembra o início em família humilde e cita que "atuou em estádios maravilhosos e outros precários" e "viu o lado A e o lado B do futebol".

Alex diz que realizou o sonho de toda a criança ao jogar futebol em alto nível e vestir a camisa do time de coração, o Coritiba. O meio-campista ainda recorda frase do ex-jogador Falcão, que diz que "jogador de futebol morre duas vezes, a primeira quando para de jogar".

No entanto, Alex mudou o contexto da frase: "prefiro falar que jogador de futebol nasce duas vezes. Meu segundo nascimento se dará agora". diz o futuro ex-jogador, que agradeceu ao futebol: "jamais esquecerei".

Veja o desabafo de Alex na íntegra:

"Ao se aposentar dos campos, Alfredo Di Stéfano, grande craque argentino, destacou feito quadro em sua sala uma bola com a legenda “Graças, Vieja!”, que significa “Obrigado, Velha!”. Faz tempo que venho cada vez mais compreendendo esse sentimento, que hoje me toma por completo.

Tudo o que tenho devo ao futebol. Tudo o que sou devo ao futebol. O futebol foi mais do que esporte ou ganha-pão. Foi a minha vida!

Graças a ele pude conquistar o que dificilmente conseguiria. Nasci em família humilde, cresci numa comunidade e só a minha família sabe das dificuldades por que passamos. O futebol nos salvou.

Fiz amigos, conheci o mundo, atuei em estádios maravilhosos e outros precários toda vida. Senti na pele o ônus e o bônus de ser profissional da bola. Vi o lado A e o lado B do esporte e cheguei a aprender, na marra, a defender os meus direitos de cidadão, indo até à Justiça pra clamar por justiça.

Passei instantes de sufoco, tensão, desespero, pavor, revolta, mas também vivi momentos de sonhos e incontáveis alegrias. Sorri muito, vibrei muito, me emocionei, saí de mim, pisei nas nuvens. Dei sangue, suor e lágrimas e não tenho uma vírgula do que me arrepender.

Realizei o sonho de toda criança, que é jogar futebol em alto nível, vestir a camisa do time do meu coração, depois fechar com grandes clubes nacionais, ser ovacionado por várias torcidas, defender a Seleção Brasileira e, por fim, me tornar ídolo na Europa. Sou um sujeito realizado.

O ‘Rei de Roma’, Falcão, falou uma vez que “jogador de futebol morre duas vezes; a primeira, quando para de jogar”. Compreendo o que quis dizer, mas prefiro falar que jogador de futebol nasce duas vezes. Meu segundo nascimento se dará agora.

Agradeço ao futebol pelo turbilhão de emoções que me proporcionou. Pelos amigos fiéis e os igualmente fiéis desafetos que acumulei única e exclusivamente por ter me posicionado ou mostrado opinião. Pela bela família que construí. Por todo o aprendizado que ganhei.

Obrigado a todos que comigo estiveram próximos ou mesmo de longe torceram por mim ao longo desses 19 anos de carreira. O que vai acontecer daqui para frente não sei. Mas o que aconteceu jamais esquecerei".

- Alex de Souza

Terra

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