Gerson Almada transferiu R$ 16 mi para o exterior às vésperas da Operação Lava Jato
O vice-presidente da Engevix,
Gerson Almada, transferiu quase R$ 16 milhões para o exterior às
vésperas da deflagração da Operação Lava Jato.
Os dados fazem parte de levantamento do Conselho de Controle
de Atividades Financeiras (Coaf), que aponta a movimentação do dinheiro
de uma conta brasileira para uma empresa da qual o Executivo é
beneficiário, nas Ilhas Virgens Britânicas.
A movimentação ocorreu em dias diferentes. Em 4 de novembro,
Almada transferiu R$ 7,3 milhões. Já em 13 de novembro, um dia antes da
deflagração da sétima etapa da operação, o vice-presidente da Engevix
transferiu R$ 8,5 milhões para a mesma empresa.
A Polícia investiga se o Executivo teve conhecimento sobre a
ação da Polícia Federal, com base em uma mensagem de texto recebida por
ele.
“Gerson, há boatos de que amanhã haverá uma operação da
Polícia Federal no caso Lava Jato.”, dizia a mensagem de celular,
enviada pela defesa de Almada. Em entrevista ao G1, o advogado Fábio
Tofic, que representa Almada, afirmou que enviou o texto baseado apenas
em especulações. “Havia muitos boatos sobre isso”, disse.
Sobre as transferências, Tofic afirmou que elas foram
destinadas a um hotel que o Executivo possui em sociedade com a filha
nos Estados Unidos – declarado no Brasil.
Ele nega a intenção de enviar dinheiro ao exterior para
evitar o bloqueio das contas. “Não tem nada a ver. É claro que ele não
praticou nenhuma conduta que possa configurar esvaziamento. Ele teve R$
22 milhões bloqueados”, justificou o advogado.
Na quinta-feira (20), o Banco Central informou o cumprimento
da decisão judicial que determinava o bloqueio das contas de 16
suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção.
Segundo o ofício enviado pela autoridade monetária à Justiça
Federal do Paraná, foram bloqueados R$ 47.887.164,89. Deste total, R$
22.615.150,27 pertenciam a Almada, que segue preso preventivamente na
carceragem da PF em Curitiba.
G1
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