OBRA POÉTICA DE AUGUSTO DOS ANJOS
A poesia brasileira estava dominada por simbolismo e parnasianismo, dos quais o poeta paraibano herdou algumas características formais, mas não de conteúdo. A incapacidade do homem de expressar sua essência através da "língua
paralítica" (Anjos, p. 204) e a tentativa de usar o verso para expressar
da forma mais crua a realidade seriam sua apropriação do trabalho
exaustivo com o verso feito pelo poeta parnasiano. A erudição usada
apenas para repetir o modelo formal clássico é rompida por Augusto dos
Anjos, que se preocupa em utilizar a forma clássica com um conteúdo que a
subverte, através de uma tensão que repudia e é atraída pela ciência.
A obra de Augusto dos Anjos pode ser dividida, não com rigor, em três
fases, a primeira sendo muito influenciada pelo simbolismo e sem a
originalidade que marcaria as posteriores. A essa fase pertencem Saudade e Versos Íntimos. A segunda possui o caráter de sua visão de mundo peculiar. Um exemplo dessa fase é o soneto Psicologia de um Vencido. A última corresponde à sua produção mais complexa e madura, que inclui Ao Luar.
Sua poesia chocou a muitos, principalmente aos poetas parnasianos,
mas hoje é um dos poetas brasileiros que mais foram reeditados. Sua
popularidade se deveu principalmente ao sucesso entre as camadas
populares brasileiras e à divulgação feita pelos modernistas.
Hoje em dia diversas editoras brasileiras publicam edições de Eu e Outras Poesias.
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