Heron Cid: Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão
da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV do Sistema Correio de
Comunicação. Contato com a Coluna: heroncid@gmail.com
CANJA DE GALINHA
Afora a goleada de Tarcísio
Burity sobre Marcondes Gadelha, na década de 80, e o passeio de José
Maranhão, em 1998, numa eleição resolvida logo na convenção do PMDB, o
histórico dos pleitos eleitorais na Paraíba recomenda cautela aos mais
empolgados. De um lado e do outro.
Mais “pé no chão” ainda devem ter os seguidores do governador Ricardo
Coutinho, sobretudo, os que já calçam as sandálias da vitória porque o
socialista chegou bem próximo do adversário no último domingo. O remédio
esquecido pelos empolgados cassistas no primeiro turno é uma boa
receita agora para os girassolaicos.
Assim como se alertava sobre a perspicácia de Ricardo antes do dia 5 de
outubro, o currículo e capacidade de superação de Cássio Cunha Lima não
devem ser desconsiderados. Ele é um político forjado em vitórias
apertadas, afeito aos embates mais renhidos e já experimentou os dois
lados da moeda.
Em 2002, candidato de oposição, começou liderando com folga, porém
venceu o primeiro turno apertado contra o então governador Roberto
Paulino. História parecida com 2014. No segundo turno, diante da
surpresa do desempenho de Paulino, assistiu a uma onda de adesões ao
candidato governista, inclusive o PT de Avenzoar Arruda. Nada reverteu.
Terminou eleito.
Em 2006, no governo, viveu o inverso. Chegou a ouvir de aliados
conselhos pela desistência do projeto de disputar à reeleição, tal era o
grau de desgaste enfrentado à época. Não deu ouvidos. Surpreendeu e
ganhou o primeiro turno de Maranhão no arrocho. No segundo turno,
repetiu a dose e se reelegeu.
Nas duas ocasiões, viveu adversidades diferentes, na oposição e no
governo, experiências que lhe permitiram conhecer bem a dor, a delícia e
os labirintos de cada situação. Bom, mas Ricardo Coutinho não é Roberto
Paulino ou José Maranhão, derrotados pelo tucano – avisam os
navegantes. Cássio também não é Ruy Carneiro e nem muito menos João
Gonçalves – abatidos nas urnas pelo socialista.
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