sábado, 11 de outubro de 2014

Cautela

Heron Cid: Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV do Sistema Correio de Comunicação. Contato com a Coluna: heroncid@gmail.com


CANJA DE GALINHA

Afora a goleada de Tarcísio Burity sobre Marcondes Gadelha, na década de 80, e o passeio de José Maranhão, em 1998, numa eleição resolvida logo na convenção do PMDB, o histórico dos pleitos eleitorais na Paraíba recomenda cautela aos mais empolgados. De um lado e do outro.

Mais “pé no chão” ainda devem ter os seguidores do governador Ricardo Coutinho, sobretudo, os que já calçam as sandálias da vitória porque o socialista chegou bem próximo do adversário no último domingo. O remédio esquecido pelos empolgados cassistas no primeiro turno é uma boa receita agora para os girassolaicos. 

Assim como se alertava sobre a perspicácia de Ricardo antes do dia 5 de outubro, o currículo e capacidade de superação de Cássio Cunha Lima não devem ser desconsiderados. Ele é um político forjado em vitórias apertadas, afeito aos embates mais renhidos e já experimentou os dois lados da moeda.

Em 2002, candidato de oposição, começou liderando com folga, porém venceu o primeiro turno apertado contra o então governador Roberto Paulino. História parecida com 2014. No segundo turno, diante da surpresa do desempenho de Paulino, assistiu a uma onda de adesões ao candidato governista, inclusive o PT de Avenzoar Arruda. Nada reverteu. Terminou eleito.

Em 2006, no governo, viveu o inverso. Chegou a ouvir de aliados conselhos pela desistência do projeto de disputar à reeleição, tal era o grau de desgaste enfrentado à época. Não deu ouvidos. Surpreendeu e ganhou o primeiro turno de Maranhão no arrocho. No segundo turno, repetiu a dose e se reelegeu. 

Nas duas ocasiões, viveu adversidades diferentes, na oposição e no governo, experiências que lhe permitiram conhecer bem a dor, a delícia e os labirintos de cada situação. Bom, mas Ricardo Coutinho não é Roberto Paulino ou José Maranhão, derrotados pelo tucano – avisam os navegantes. Cássio também não é Ruy Carneiro e nem muito menos João Gonçalves – abatidos nas urnas pelo socialista.

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