O parecer do procurador sugerindo aliança do PT com PMDB e os efeitos para Ricardo Coutinho
O governador Ricardo Coutinho não inicia bem a semana. Como se não
bastasse a adesão de aliados como Antônio Mineiral que, apesar de ser do
PSDB, vinha apoiando sua reeleição, estará com uma espada sobre a
cabeça a partir do parecer do Procurador Geral Eleitoral Rodrigo Janot
Barros, na última sexta (dia 29), que sugere a fim da coligação do PT
com o PSB.
O parecer do ministro, recomendando a aliança do PT com o PMDB, e que
diverge da decisão do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba, pode
levar o TSE ter outro entendimento e desfazer a aliança com o PSB, o que
representaria considerável prejuízo para a coligação liderada por RC. O
parece foi emitido, a partir de um recurso impetrado pelos advogados do
PMDB.
Como se sabe, havia uma determinação da Direção Nacional do PT para
que o partido se compusesse com o PMDB do senador Vital Filho. Mas, a
Direção Estadual homologou durante sua convenção a aliança com o PSB do
governador RC. O TRE votou (pelo placar de 4 a 3) pela manutenção da
aliança, então o jurídico do PMDB decidiu recorrer.
O governador Ricardo Coutinho apostou todas as suas fichas na aliança
com o PT, para alcançar um maior tempo para seu guia eleitoral, além de
estabelecer uma parceria com o prefeito Luciano Cartaxo, indicando seu
irmão, Lúcélio, como candidato a senador, para tentar recuperar o cacife
eleitoral que havia perdido na Capital.
Como se sabe, na eleição de 2012, o governador sequer conseguir por a
sua candidata a prefeita, Estela Bezerra, no segundo turno da disputa.
Ficou patente durante o pleito que RC tinha de fato perdido seu poder de
fogo em João Pessoa.
Parecer – Em seu parecer, o procurador afirmou: “O presidente (do PT
Nacional) somente fez valer o que soberanamente foi decidido pelas
hostes partidárias. O presidente, enquanto autoridade maior da
agremiação, certamente representa a comissão executiva nacional.” E dai,
segundo Janot, teria autoridade para rever a decisão da Direção
Estadual.
Janot identificou, “por parte do diretório regional do PT, o
desrespeito às diretrizes fixadas pelo diretório nacional no que tange à
formação de coligações no âmbito estadual” e que a decisão do PT
paraibano “vai de encontro a tal diretriz”. Com, isso, ele afirma que
“em tendo havido o desrespeito a diretrizes firmadas pelo diretório
nacional , a anulação da deliberação do diretório regional do PT
encontra respaldo na Lei das Eleições e na própria jurisprudência dessa
Corte Superior”.
Rodrigo Janot finaliza seu parecer afirmando que “o acórdão regional
está a merecer reforma, devendo ser deferido o DRAP (Demonstrativo de
Regularidade de Atos Partidários) apresentado pela coligação recorrente
(Renovação de Verdade), considerando-se válida a coligação formada por
PT e PMDB, para a disputa da eleição majoritária no Estado da Paraíba”.
Helder Moura
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