Juiz anula júri e paraibano acusado de matar esposa há 18 anos terá novo julgamento
O
juiz Falkandre de Sousa Queiroz anulou nesta sexta-feira (6) o júri
realizado em 2009 e o paraibano acusado de matar a esposa, há 18 anos,
em Campina Grande, terá direito a um novo julgamento. Segundo o
magistrado, o réu foi condenado sem ter conhecimento do processo, além
de outros vícios processuais que demandam a necessidade de realizar novo
júri. O homem foi preso no Distrito Federal no dia 29 de agosto, após
uma busca realizada nas redes sociais pela filha dele.
Rute Patrícia Maracajá foi morta a facadas aos 23 anos, em fevereiro de
1996, em Campina Grande. Após descobrir que tinha sido localizado o
foragido se entregou à polícia de Ceilândia, na sexta-feira, 29 de
agosto. No ano de 2009, o homem foi condenado pelo Tribunal do Júri a 22
anos de prisão pelo crime.
Depois de três meses de investigação nas redes sociais, a universitária
Julianne Maracajá, de 20 anos, descobriu que o homem condenado pela
morte de sua mãe levava uma vida tranquila com nova família em
Ceilândia, no Distrito Federal, e ainda tinha registrado uma filha com o
nome da mulher assassinada.
O juiz Falkandre Queiroz enviou na sexta-feira à justiça do Distrito
Federal um ofício solicitando a transferência do preso para Campina
Grande. Ele continua no Centro de Detenção Provisória (CDP). Conforme o
juiz, não há prazo para a realização do novo julgamento.
A busca
"Comecei do zero, com uma foto de 18 anos atrás. Pedi ao pessoal para
compartilhar no Facebook, consegui uma pessoa que se disponibilizou a
ajudar. Encontramos ele levando uma vida normal, com o mesmo nome e com
uma família nova, um filho de 17 anos que tinha o nome do meu irmão, que
morreu criança vítima de problema respiratório, e uma filha de 14 anos,
com o mesmo nome de minha mãe", disse Julianne.
A jovem conseguiu uma foto atual do pai para comparar com a imagem
antiga e, de posse da sentença condenatória proferida em 2009 na
Paraíba, acionou a Polícia Civil em Ceilândia para que realizassem a
prisão. "Disse ao filho dele pelo Facebook que os familiares na Paraíba
estavam com saudade e pedi uma foto. Ele na inocência me passou e
confirmei que era meu pai mesmo. Quando soube, ele viu que o cerco
estava se fechando para ele e não tinha mais o que fazer, aí se
entregou", contou a universitária.
G1
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