Revista Forbes lista cinco motivos para não reeleger Dilma Rousseff
Brasil passou da efervescência para a melancolia em quatro anos, diz colunista
Sob o comando da presidente
Dilma Rousseff, o “Brasil passou da efervescência para a melancolia”.
Essa é a opinião de Anderson Antunes, colunista da revista Forbes, que
elencou cinco motivos para os brasileiros não reelegeram a petista para a
Presidência da República nas eleições de 5 de outubro.
De acordo com a artigo, o Brasil, nos últimos 20 anos, passou por uma
“transformação social e econômica” que tirou “dezenas de milhares de
pessoas da extrema pobreza”, além de alcançar o sétimo lugar entre as
maiores economias do mundo. Entretanto, essas conquistas se devem aos
governos dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz
Inácio Lula da Silva, antecessores de Dilma que conseguiram se reeleger.
A recessão técnica da economia – após duas quedas consecutivas do
Produto Interno Bruto (PIB) nos primeiro e segundo trimestres deste ano
-, a inflação que persiste em se manter ao redor do teto da meta do
Banco Central e escândalos da Petrobras são alguns dos motivos que,
segundo Anderson Antunes, fazem o governo Dilma Rousseff não ser mais o
ideal para o País.
Confira os cinco motivos do colunista da Forbes para que Dilma Rousseff não seja reeleita:
1 – O Brasil não cresceu como poderia e deveria durante o governo Dilma
Segundo o colunista, a economia do País cresceu 7,5% em 2010, último ano
de Lula na presidência, com o Brasil sendo um dos maiores exportadores
de produtos manufaturados e agrícolas, além de minério de ferro. Desde
então, esse cenário não se repetiu, e a economia entrou em recessão
técnica neste ano.
“É a primeira vez em cinco anos que a economia retraiu”, escreveu o
colunista. “Até o fim de seu mandato neste ano, o crescimento do Brasil
sob Rousseff esperado é de dois pontos percentuais menor do que o
crescimento médio da América Latina entre 2010 e 2014. É a primeira vez
em 20 anos que o Brasil é deixado para trás comendo a poeira de seus
vizinhos.”
2 – Maior empresa do País, a Petrobras está sendo seriamente danificada
Em 1997, a Petrobras ganhou uma nova força quando o ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso acabou com o monopólio estatal e abriu o
capital da empresa para investimento privado, diz Antunes. Dez anos
depois, a petroleiro descobriu o pré-sal, o que seria uma prova de que
“Deus é realmente brasileiro”, citando uma afirmação do ex-presidente
Lula.
Sob o governo petista, a estatal tem enfrentado diversos escândalos.
Além das investigações, o valor de mercado da companhia caiu de US$ 190
bilhões para US$ 119 bilhões em quatro anos. O colunista também critica o
fato de a Petrobras ser utilizada para controlar a inflação, segurando
reajustes nos preços de combustíveis e agregados.
3 - Abordagem de Dilma para manter a inflação alta a fim de manter
empregos é questionável
Um consenso dos analistas é que inflação e desemprego baixo funcionam
quando há crescimento econômico, diz o colunista. No Brasil, a inflação
tem piorado pelo fato de que nos últimos anos os salários têm aumentado
em um ritmo constante, enquanto o lucro das empresas tem declinado.
“Para Rousseff, a solução seria elevar os juros, apertar a política
fiscal e permitir que os preços se ajustem, acelerando a inflação antes
que a situação se normalize. Isso não é uma tarefa fácil, já que o
consumo representa a maior parte da economia do País - 63%.” Antunes
acredita, no entanto, que Dilma não tomará essas medidas, já que seria
atípico para um “governo populista”.
4 - Dívida Pública do Brasil continua crescendo, e as economias
nacionais ainda são baixas
Antunes diz que, apesar de a dívida pública do País ser relativamente
baixa – cerca de 35% do PIB -, esse percentual tem crescido. “O
orçamento federal está constantemente em déficit, e Rousseff se
comprometeu a cumprir uma meta de superávit primário de 1,9% do PIB
neste ano e 2% no próximo ano”, se reeleita.
Antunes ressalta que, nos primeiros seis meses do ano, o superávit
primário – espécie de economia para pagar os juros da dívida - atingiu
R$ 29,4 bilhões, o menor valor da história.
5 – Dilma não promoveu as reformas necessárias para tornar a vida das
pessoas, especialmente dos pobres, melhor
O PT se autoproclama como o partido que tem a missão de defender os
pobres e os socialmente excluídos. As reformas necessárias para isso, no
entanto, não têm acontecido no governo Dilma, afirma o colunista. Ele
diz que o Brasil, além de não estar mais crescendo como deveria, reduziu
sua distribuição de renda.
Com base no coeficiente de Gini, uma medida da dispersão estatística que
classifica a distribuição de renda em uma escala entre 0 e 1, a
distribuição de renda no Brasil parou em 2012, quebrando “uma série de
dez anos de progresso”.
Terra
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