Confira o que os presidenciáveis fazem na aparência pelo voto
De escondida como candidata a vice-presidente da chapa de Eduardo
Campos, a xodó da última semana, desde a morte do ex-governador de
Pernambuco, Marina suavizou o discurso contra os ruralistas e também as
sobrancelhas. Corrigiu sua opinião sobre os alimentos transgênicos e
também as olheiras que lhe conferiam uma imagem cansada.
A imagem de estadista cultivada por Vargas jamais teria sido construída
se o povão soubesse que o presidente, sempre firme nos discursos e
atitudes, era um homem baixinho. Preconceito comum nos anos 30.
Pouca coisa mudou em quase um século e a vontade de sair bem na foto não
fica restrita à Marina Silva. A presidenta Dilma Rousseff, que em 2009
passou por um lifting facial que remodelou todo o rosto, dando um ar
mais jovem à então ministra de Minas e Energia e futura candidata, não
descuida da aparência, mas sempre de forma sóbria.
O botox na testa foi usado moderadamente, assim como Dilma. Nos últimos
meses, já prevendo o stress da campanha, Aécio Neves passou por uma
pequena recauchutagem.
Fez cirurgia para corrigir gengiva e a posição dos dentes. Retirou
bolsas de gordura sob os olhos e fez transplante de cabelos, afinal,
esse negócio de é dos carecas que elas gostam mais é coisa do tempo do
Getúlio.
Cabeleireiro confirma que Aécio faz muito sucesso com a mulherada.
Cabeleireiro de Aécio Neves há 25 anos, Thidy Lopes, que tem um belo
salão na Savassi, bairro nobre de Belo Horizonte, é também fã do
candidato. E não só ele, garante.
“Ele faz um sucesso danado com a mulherada. É bonito, tem dinheiro, quem
não quer? Na verdade, eu nem acho ele tão bonito assim, mas a mulherada
acha, e é isso o que importa” brinca Thidy.
O homem que faz a cabeça do poderoso senador mineiro conta que Aécio é vaidoso, mas moderadamente. Diz que é do tipo prático, ainda mais durante as campanhas eleitorais, que provocam um desgaste natural na aparência.
O homem que faz a cabeça do poderoso senador mineiro conta que Aécio é vaidoso, mas moderadamente. Diz que é do tipo prático, ainda mais durante as campanhas eleitorais, que provocam um desgaste natural na aparência.
“Eu não sei como ele aguenta o pique. Por isso que nestes períodos a
gente opta por um corte de cabelo mais curto, pois dá mais praticidade. É
só acordar, passar uma mão umedecida no cabelo e já está tudo certo.
Quando menos problema nesta época, melhor”, ensina o mestre das
tesouras, no ramo há 30 anos.
Segundo Thidy Lopes, Aécio Neves tem hábitos bastante simples e um
perfil tradicional, quando se trata de cortar o cabelo. “O corte é
sempre o mais natural possível, acompanhando a idade dele. Ele é muito
tranquilo de conviver”, conta.
A mudança principal no visual do candidato foi um transplante capilar,
feito há alguns anos, para tapar a calvície que começava a aparecer no
topo da cabeça, o popular cocuruto. Mas a intervenção foi tão discreta
que muito pouca gente percebeu.
“Foi coisa simples mesmo. E não é implante. Isso raramente dá certo,
sempre dá rejeição. É transplante mesmo, tira-se de um lugar para
colocar em outro”, entrega o cabeleireiro, garantindo que não foi uma
futilidade do candidato. “Ele é vaidoso, mas nada de coisas fúteis. Faz
só o que é necessário”, garante.
Ex-guerrilheira, Dilma adota perfil conservador nos salões de beleza
A imagem radical de Dilma Rousseff, que pegou em armas durante a
ditadura militar, ficou nos anos 60. A atual presidenta da República
adotou um tom moderado tanto no discurso quanto no visual.
Se dependesse do cabeleireiro da presidenta, Celso Kamura, a mudança
seria maior. A voz em tom de lamento mostra uma frustração em relação ao
perfil de Dilma Rousseff no salão.
Dilma adota perfil conservador / Foto: Arte: O Dia |
“A gente nunca muda muita coisa. Ela é muito conservadora”, diz Kamura, o
“beauty stylist” oficial do Palácio do Planalto que se divide também
entre Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas.
O termo em inglês é o preferido por Kamura. Mais chique do que
simplesmente cabeleireiro. A ousadia, no entanto, fica para os demais
clientes. O máximo que conseguiu com a presidenta foi clarear os
cabelos, num estilo proposto por ele, inspirado na estilista venezuelana
Carolina Herrera, considerada uma das mulheres mais bem vestidas no
mundo ainda aos seus 75 anos.
“O que a gente consegue variar com a presidenta é a cor do cabelo, às
vezes mais claro, noutras mais escuro. Mas não vai além disso. O
conceito não mudou muito. Não só no cabelo como na maquiagem. Mudou, mas
muito pouco nos últimos anos”, diz Celso Kamura.
Se no discurso ideológico, a presidenta está num campo oposto ao de
Aécio Neves, no campo estético eles estão mais parecidos do que nunca. A
opção da presidenta é exatamente a mesma do senador tucano:
praticidade.
“É o que ela me pede. Não quer ter trabalho. Passa a mão para trás e está tudo certo”, diz Kamura.
Para acertar o topete, em ocasiões especiais, a presidenta admite um
bobs de velcro na franja. O corretivo alemão Kryolan, caro, mas
eficiente para as olheiras, também está sempre na bolsa, sobretudo
agora, com a subida de Marina Silva nas pesquisas.
O Dia Online
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