sexta-feira, 4 de julho de 2014

Não está sendo fácil

Heron Cid é jornalista graduado pela UFPB. Filho de Marizópolis, no Sertão da Paraíba, começou na Rádio Jornal AM, em Sousa, foi repórter de política do Correio Debate (Correio Sat), apresentador dos programas Jornal da Correio e Correio Verdade, da TV Correio. Atualmente é um dos apresentadores do Correio Debate (Correio Sat), apresentador do Jornal da Correio (TV Correio), colunista político do Jornal Correio da Paraíba e fundador e diretor geral do Portal MaisPB. Contato: heroncid@gmail.com

Algo errado


No geral, Ricardo Coutinho faz um bom governo. Não é a “Brastemp” que os governistas acham, mas também não é o caos pregado pela oposição. Aliás, a nova oposição, porque parte dela se desintegrou, caiu no colo do governo e precisou na última semana refazer o discurso dos sistemáticos ataques.

A percepção de que há avanços na gestão se contrapõe frontalmente com os dados da realidade política. Não é normal um governador chegar em plena fase de reeleição com apenas oito deputados aliados na Assembleia e correndo o risco de perder o líder (Hervásio Bezerra) diante do iminente retorno do titular Manoel Ludgério.

Não é comum, também, um governador terminar o período de convenção reunindo menos partidos e tempo de guia eleitoral que seu adversário da oposição. Na reeleição em João Pessoa, Ricardo juntou 16 legendas e praticamente não teve adversário. Deu um passeio em João Gonçalves.

No governo, chegou a essa segunda-feira, um dia após o prazo legal das convenções, com dificuldades de apresentar um candidato a vice-governador na sua chapa. Algo inédito nesse Estado, convenhamos, porque a tal expectativa de poder invariavelmente esteve nas mãos dos “donos do poder” da vez. 

Por estas plagas, a força da máquina – e$trutura e cargos – historicamente exerce poderosa sedução sobre políticos e partidos e a vaga de vice sempre foi alvo de disputa. Ou era. Com Ricardo, a maioria dos convidados com densidade não manifestou apetite. Alguns rejeitaram publicamente, como a deputada Daniella Ribeiro. O próprio vice-governador nunca admitiu um dia sequer voltar a disputar o cargo ao lado de Ricardo.

Bom, mas isso é coisa só da classe política, poderíamos cogitar como explicação... Não é o que tem dito as pesquisas de opinião pública. Temos então um conjunto de fatos que – para se chegar a conclusões racionais – implica em melhor e mais profunda reflexão. A começar pela autocrítica do próprio Ricardo.  


*Artigo publicado na coluna do jornalista no Correio da Paraíba, edição do dia 03/07/2014 (quinta-feira).

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