A soma de todos os erros na novela do PT com o PMDB
O
jogo vai ficando bruto na relação entre PMDB e PT. É um processo que
sinaliza para a judicialização, elevando ainda mais temperatura entre
peemedebistas e petistas. Talvez não seja igual ao que ocorreu na
eleição de 2012 em Campina Grande, mas certamente os estremecimentos
terão efeitos similares, com consequências imprevisíveis para a
sequência da política no Estado.
Até onde a vista alcança, todas
as partes erraram, em maior ou menor grau. O PT nacional errou ao
prometer aliança em torno da candidatura do senador Vital Filho. Até
resolução editou, depois ficou hesitante, admitindo composição com o
governador Ricardo Coutinho, sob o argumento subjetivo e inocente dele
ficar neutro na disputa presidencial.
A vacilação motivou a ida do
senador Vital Filho a Brasília, para acionar o Palácio do Planalto e
lembrar que sua candidatura se inspirou nessa promessa da nacional.
Então, quando decidiu agir, a nacional confrontou a direção estadual,
que ficou em extrema dificuldade para recuar de suas decisões, depois de
ter avançado tanto no entendimento com o governador Ricardo Coutinho.
O
PT estadual patinou ao celebrar coligação com o PSB do governador
Ricardo Coutinho, a quem fazia oposição. Até bem pouco tempo, o
governador boicotava obras da Prefeitura e hostilizava abertamente o
prefeito Luciano Cartaxo. Sem esquecer, é claro, que em 2012 se ancorou
no deputado Luiz Couto, para tentar impedir a candidatura de Cartaxo a
prefeito.
A decisão rachou o partido. Ainda que se apregoe a
existência de uma unidade, está claro que setores importantes do partido
não comungam com essa aliança à Ricardo Coutinho. Como mudar
repentinamente um discurso de oposição para outro de alinhamento
político ao governador, às vésperas da eleição, sem sofrer grandes
prejuízos?
Já o PMDB, pela sua estatura partidária, derrapou feio.
Foi imprevidente, ao esperar unicamente pela aliança com o PT. Enquanto
aguardava pelos PT, mesmo percebendo uma clara rejeição em vários
setores do partido, esqueceu das conversações com outros partidos.
Chegou até mesmo a perder o pequeno PTC, que era de seu arco de aliança
até a undécima hora.
Um partido do porte do PMDB não poderia, em
qualquer hipótese, ficar à mercê de apenas um parceiro para compor suas
alianças. Ficou à mercê, e passou a ideia de fragilidade que, somada a
um motim interno, resultou na guilhotina da candidatura de Veneziano, o
que ainda mais enfraqueceu o partido. Sua estratégia foi simplesmente
desastrosa.
Com tantos erros de todas as partes só poderia ocorrer o que está ocorrendo.
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