Heron Cid é jornalista graduado pela UFPB. Filho de
Marizópolis, no Sertão da Paraíba, começou na Rádio Jornal AM, em Sousa,
foi repórter de política do Correio Debate (Correio Sat), apresentador
dos programas Jornal da Correio e Correio Verdade, da TV Correio.
Atualmente é um dos apresentadores do Correio Debate (Correio Sat),
apresentador do Jornal da Correio (TV Correio), colunista político do
Jornal Correio da Paraíba e fundador e diretor geral do Portal MaisPB.
Contato: heroncid@gmail.com
Derrapada
É preferível acreditar que o
governador Ricardo Coutinho tenha sido induzido a erro de assessoria no
lastimável episódio do desmonte da Vice-governadoria do Estado, uma
estrutura administrativa cuja existência e funcionalidade independem do
humor ou das circunstâncias políticas. Ou deveria.
Os atos de exoneração de todo o conjunto de assessores do órgão, após o
rompimento do vice-governador Rômulo Gouveia, extrapolou a fronteira
administrativa e chegou as raias da vindita política. A impessoal gestão
institucional foi atropelada pela guerra da disputa eleitoral.
A esta hora, o vice-governador do Estado, uma autoridade constituída
pelo povo da Paraíba, está com telefones institucionais cortados, sem
motoristas e, acreditem, sem chefe de gabinete. Em resumo: ele foi
praticamente desalojado do cargo. Algo difícil de acreditar nos tempos
de hoje. É como se Michel Temmer rompesse com Dilma e ela mandasse
fechar o Palácio do Jaburu.
Pra piorar, até um guarda de Rômulo foi devolvido à Casa Militar. Não
custa lembrar que a segurança do segundo mais importante agente político
da hierarquia estadual é, antes de tudo, dever constitucional. Assim
como é a estrutura normal que cerca, assistencia e protege legitimamente
o governador no exercício de suas funções.
Ontem, Ricardo evitou explicações, minimizou o assunto e se resumiu a
dizer que os demitidos ocupavam cargos de confiança. O que não significa
desnecessários. A governanta da Granja Santana, por exemplo, também
ocupa função comissionada, mas é indispensável ao funcionamento da
residência oficial do governador.
Quando refletir melhor, Ricardo certamente reverá a postura adotada pelo
Governo. Por que a prática impressa no Diário Oficial do Estado não
combina com o discurso republicano tão usado pelo governador para se
apresentar como “diferente”.
*Artigo publicado na coluna do jornalista no Correio da Paraíba, edição do dia 1º/07/2014 (terça-feira).
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