terça-feira, 1 de julho de 2014

Desmonte na vice-governadoria



Heron Cid é jornalista graduado pela UFPB. Filho de Marizópolis, no Sertão da Paraíba, começou na Rádio Jornal AM, em Sousa, foi repórter de política do Correio Debate (Correio Sat), apresentador dos programas Jornal da Correio e Correio Verdade, da TV Correio. Atualmente é um dos apresentadores do Correio Debate (Correio Sat), apresentador do Jornal da Correio (TV Correio), colunista político do Jornal Correio da Paraíba e fundador e diretor geral do Portal MaisPB. Contato: heroncid@gmail.com

Derrapada

É preferível acreditar que o governador Ricardo Coutinho tenha sido induzido a erro de assessoria no lastimável episódio do desmonte da Vice-governadoria do Estado, uma estrutura administrativa cuja existência e funcionalidade independem do humor ou das circunstâncias políticas. Ou deveria.

Os atos de exoneração de todo o conjunto de assessores do órgão, após o rompimento do vice-governador Rômulo Gouveia, extrapolou a fronteira administrativa e chegou as raias da vindita política. A impessoal gestão institucional foi atropelada pela guerra da disputa eleitoral.

A esta hora, o vice-governador do Estado, uma autoridade constituída pelo povo da Paraíba, está com telefones institucionais cortados, sem motoristas e, acreditem, sem chefe de gabinete. Em resumo: ele foi praticamente desalojado do cargo. Algo difícil de acreditar nos tempos de hoje. É como se Michel Temmer rompesse com Dilma e ela mandasse fechar o Palácio do Jaburu.

Pra piorar, até um guarda de Rômulo foi devolvido à Casa Militar. Não custa lembrar que a segurança do segundo mais importante agente político da hierarquia estadual é, antes de tudo, dever constitucional. Assim como é a estrutura normal que cerca, assistencia e protege legitimamente o governador no exercício de suas funções.

Ontem, Ricardo evitou explicações, minimizou o assunto e se resumiu a dizer que os demitidos ocupavam cargos de confiança. O que não significa desnecessários. A governanta da Granja Santana, por exemplo, também ocupa função comissionada, mas é indispensável ao funcionamento da residência oficial do governador. Quando refletir melhor, Ricardo certamente reverá a postura adotada pelo Governo. Por que a prática impressa no Diário Oficial do Estado não combina com o discurso republicano tão usado pelo governador para se apresentar como “diferente”.  

*Artigo publicado na coluna do jornalista no Correio da Paraíba, edição do dia 1º/07/2014 (terça-feira).

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