Gilvan Freire é de São Mamede(PB, estudou em Patos(PB),
onde foi líder estudantil e vereador. Já foi Deputado Estadual duas
vezes e presidente da Assembleia. Foi Deputado Federal candidato a
Governador da Paraíba em 1998. Atualmente tem banca de advocacia. Atua
também na mídia.
Postado por Gilvan Freire em 30/06/14 as 17:05
O PMDB MORREU NA NOITE DE SÁBADO RESSUSCITOU NA MANHÃ DO DOMINGO
Já era de madrugada do sábado para o domingo quando a
cúpula do PMDB, não encontrando consenso sobre a candidatura própria do
senador Vital Filho a governador, anunciou a mais radical e vexatória
decisão do momento: apoiar Ricardo Coutinho, oferecendo Nilda Gondim a
vice. Durante a noite toda de debates acalorados e alguns insultos de
uns a outros, emissários de Ricardo Coutinho transitavam de canto a
canto, ávidos pela realização do maior negócio financeiro dessas
eleições 2014, beirando ou totalizando a soma de 20 milhões de reais,
uma fábula de dinheiro público drenado para os esgotos políticos. Se
houvesse polícia federal nas ruas por aquelas horas da matina, muita
gente ilustre poderia ter amanhecido o dia no cárcere.
Soltada a mega bomba junina nos salões do encontro noturno, dali se
evadiu a ala cassista do PMDB, disposta a denunciar o negócio mercantil e
abrir uma dissidência, levando uma chapa à convenção. Militantes
políticos filiados do partido, que acompanhavam a reunião pelo whatsapp,
iniciaram, ainda às escuras, um movimento de desfiliação em massa,
fazendo côro com a dissidência. Foi assustadora a reação, capaz de fazer
tremer a montanha de notas sujas e de assustar os intermediários e
interlocutores da compra e venda desmoralizante.
Contudo, o sol já tomava o firmamento quando Vitalzinho reconsiderou a decisão da cúpula e recolocou a sua candidatura,
a fim de evitar a incineração do PMDB, defunto desde as três horas da
madrugada, candidato a cinzas enquanto tinha sido até aquela noite
fatídica o maior e o mais valente partido político do Estado da Paraíba.
A decisão pessoal de Vital e o chamamento para que Zé Maranhão
assumisse a candidatura ao senado, ressuscitaram o morto, pois a lógica
dizia que a catinga do defunto iria feder sobre todos os que estavam
matando de vergonha o velho PMDB de muitas lutas e de muitas vitórias,
protagonista principal do cenário político paraibano nos últimos 25 anos
e rebaixado à categoria de coadjuvante.
Enfim, salvos pelo gongo, sobreviveram todos do perigo mortal do
linchamento público a que estavam sujeitos, porque se deixaram
enfeitiçar por 20 milhões de moedas vis.
Peemedebistas históricos vão ficar devendo a Trocolli Jr., Manoel
Júnior, aos Paulino e aos Motta e outros, um ato de resistência e
bravura que tirou o PMDB da cova, mas precisa haver certeza de que
ninguém mais ousará feri-lo de morte, novamente, mais tarde.
Em meio ao lamaçal que ainda vai continuar se movendo noutras direções até a última hora desta segunda,
esse fim de feira onde outras carniças serão vendidas a quem tiver
precisão e dinheiro fácil, ao menos ainda se pode apontar três ou
quatro atitudes dignas de boa nota moral: a unificação do PMDB, com
chapa pura sangue; a posição de Frei Anastácio para não deixar o PT
morrer de crise de labirintite e burrice aguda; a decisão de Rômulo
Gouveia de não ser vítima útil e conveniente das traições mais torpes; e
a consagração de Leonardo Gadelha, pinçado para ser vice presidente do
presidenciável pastor Everaldo, do PSC, o candidato surpresa que se
aproxima do terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto entre os
demais candidatos escolhidos em convenções partidárias. A Paraíba perde o
melhor candidato alternativo a governador e o melhor vice, como Luciano
Agra, em qualquer chapa nas presentes eleições no Estado.
Pelo menos, agora, com a decisão mais correta que o PMDB podia tomar,
Cássio já não ganhará mais a eleição no primeiro turno, e Ricardo
Coutinho ganha adversário (que pretendia comprar) para morder seus
calcanhares e evitar que chegue ao segundo turno. É mais um castigo dos
grandes.
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