“Não consigo chegar ao clímax. Como falar para ele?”
Sexóloga e colunista do Delas, Fátima Protti esclarece dúvida de leitora que não consegue atingir o orgasmo ao se relacionar com o parceiro
Cara leitora, a tensão no sexo pelas transas às
escondidas pode ser a explicação para a sua anorgasmia (falta de
orgasmo) e a perda eretiva do seu namorado.
Pelo que pude entender, vocês têm evitado conversar sobre
a perda eretiva e sua dificuldade para ter orgasmos. Parece que tem
encenado os orgasmos, como fazem muitas mulheres, mas os problemas
continuarão enquanto houver o silêncio.
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Edu Cesar/Fotoarena
A sexóloga e colunista Fátima Protti tira dúvidas das leitoras
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Como você, algumas pacientes reclamam da diminuição da
sensibilidade durante as carícias, principalmente nos genitais, com o
uso do anticoncepcional. Porém, no seu caso, acredito que isso não
ocorra, porque você consegue ter o orgasmo com a masturbação.
A ausência orgástica na relação a dois pode revelar alta
expectativa da mulher para atingir o orgasmo, desvio da atenção das
sensações corporais, inabilidade do parceiro para as carícias ou para as
práticas sexuais. A ansiedade do homem para o coito pode impedir que a
mulher chegue ao clímax quando não está muito excitada.
Transar no carro ou em local onde o casal pode ser
surpreendido gera grande ansiedade e encurta o tempo para uma
estimulação adequada, impedindo que a mulher tenha a máxima excitação.
Ambos ficam sob tensão, perdem o foco da transa, das
fantasias e das sensações. No caso do homem, dependendo da quantidade de
adrenalina liberada pelo estresse devido à preocupação de terminar
rapidamente a transa, há um comprometimento da ereção.
A preocupação com uma possível gravidez, devido à
interrupção da pílula, pode ser outro fator de tensão. Converse com seu
(sua) ginecologista sobre outros métodos preventivos que contribuam para
sua maior segurança e tranquilidade.
Medicação não é a indicação para a resolução dos seus
problemas. Tenha uma conversa franca, tranquila, sobre a tensão de vocês
durante a transa. Optem por um lugar reservado, onde poderão curtir de
fato as delícias de um bom sexo.
* Fátima Protti
é psicóloga, terapeuta sexual e de casal. Pós-graduada pela USP e autora do livro “Vaginismo, quem cala nem sempre consente".
Escreva para a colunista: delas_amoresexo@ig.com.br
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