quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Pirâmide Financeira

Pirâmides: Multiclick tem contas e cadastros bloqueados pela Justiça


Empresa é a 5ª a ser congelada em 2013, e está impedida de mandar ou receber dinheiro do exterior; autoridades de Venezuela, União Europeia e Estados Unidos foram comunicadas

Vitor Sorano - iG São Paulo

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Vídeo mostra como funciona a Multiclick
O Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) obteve na Justiça o congelamento de bens da Multiclick Brasil  e de todos os seus sócios. A empresa também está proibida de cadastrar novos integrantes, por suspeita de ser uma pirâmide financeira que atraiu 300 mil pessoas. Outros quatro negócios já foram paralisados neste ano pela mesma razão.
A Multiclick e seus sócios também estão impedidos de receber ou enviar dinheiro para o exterior. Segundo o MP-AC, as autoridades de Estados Unidos,  Venezuela e União Europeia foram comunicados sobre as atividades da empresa nesses locais.
A Multiclick foi a empresa para a qual o ator Sandro Rocha migrou após a Justiça do Acre congelar as atividades da Telexfree , também suspeita de pirâmide.
O modelo de negócios da Multiclick prometia lucros de R$ 160 a R$ 800 por mês em troca de investimentos iniciais de R$ 600 e R$ 2.750. O faturamento viria da venda de produtos por meio de marketing multinível – um sistema de varejo legal baseado em representantes autônomos – e a colocação de anúncios na internet.
Para o MP-SC, entretanto, a renda anunciada pela empresa decorria “quase que exclusivamente” das taxas de adesão pagas pelos associados. Assim, quem entrava antes era remunerado pelos pagamentos feitos por quem entrou depois, no modelo típico de pirâmide financeira, o que é crime no Brasil.
No início do mês, bens da Multiclick já haviam sido apreendidos pela Polícia Civil de Balneário Camboriú , em decorrência de uma investigação sobre lavagem de dinheiro e estelionato. A nova decisão, entretanto, bloqueia todas as contas e outros tipos de ativos da empresa e de seus sete sócios, e também os impede de remeter valores para o exterior.
O MP-SC informou que o bloqueio visa a garantir o ressarcimento de quem investiu no negócio, como ocorre em outros casos de suspeita de pirâmide. O advogado da Multiclick não estava disponível imediatamente para comentar a decisão.‘Tranquilamente’
Em julho passado, após três outras empresas que se apresentam como praticantes de marketing multinível terem as atividades bloqueadas por suspeita de pirâmide, a Multiclick chegou a pedir à Justiça que a livrasse de um eventual congelamento. Os pedidos não foram atendidos.
Mesmo sem obter essas garantias, e ainda alvo de investigações, o presidente da Multiclick, Wagner Alves, afirmou num vídeo divulgado em julho que “a Justiça decidiu que a Multiclick Brasil é uma empresa legal e deve continuar as suas atividades normalmente, tranquilamente”.
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Wagner Alves, presidente da Multiclick: 'podem continuar as atividades tranquilamente'
Desde junho, ao menos cinco negócios foram bloqueados sob acusação de serem pirâmides financeiras: Telexfree , BBom , Priples , Blackdever e, agora, Multiclick. Nenhuma delas foi condenada ou absolvida definitivamente.
Uma força-tarefa formada de promotores de Justiça e procuradores da República investiga cerca de 80 negócios considerados suspeitos, segundo o Ministério Público Federal de Goiás (MPF-GO).  
Os representantes da Telexfree e da BBom – que teve as atividades parcialmente liberadas em novembro – sempre negaram irregularidades, assim como o advogado da Blackdever. O advogado da Priples não foi localizado.

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