Fraudes motivam ação de improbidade do MPF
O
ex-prefeito de Livramento (PB) José de Arimatéia; o ex-secretário
municipal de Administração e Finanças, José Anastácio de Lima; o
ex-presidente da Comissão Permanente de Licitação, Fábio Nunes de Sousa;
bem como Antônio Lisboa Alves, Dvaildo Casado Filho e Marcos Tadeu
Silva foram demandados na Ação de Improbidade Administrativa nº
0000424-35.2013.4.05.8205, proposta pelo Ministério Público Federal
(MPF).
Durante a gestão do ex-prefeito, o município de
Livramento (PB) firmou convênio com a Economisa - Economia Crédito
Imobiliário, para fins de contratação de operações atinentes aos
financiamentos imobiliários previstos no Decreto Federal nº 5.427/04,
destinados à construção de 30 unidades habitacionais. Para que fosse
possível o fornecimento de tais financiamentos, a citada empresa
sujeitou-se a uma oferta pública realizada mediante leilão pela Portaria
Conjunta nº 05, de 18 de janeiro de 2004, da Secretaria do Tesouro
Nacional do Ministério da Fazenda e da Secretaria Nacional de Habitação
do Ministério das Cidades, cujo resultado foi homologado por meio da
Portaria STN/MF nº 613/2004. Conforme o convênio, o Ministério das
Cidades liberou o valor de R$ 180 mil, cabendo à Economisa deduzir R$
450,00 por financiamento contratado, correspondente à análise técnica,
financeira e jurídica das operações.
Na ação, o MPF
explica que o ex-prefeito fracionou o objeto do convênio em dois para
realizar licitações diversas: o Convite nº 18/2005, para aquisição de
material de construção para a obra de conjunto habitacional com 30
unidades habitacionais; e o Convite nº 17/2005, para a construção de
conjunto habitacional de 30 unidades residenciais. Para o MPF,
frustrou-se o caráter competitivo ao dividir o objeto, visando realizar
licitação na modalidade inadequada (convite) quando o correto seria
adotar a tomada de preços, tendo em vista que o valor total da obra
excedia o limite previsto na legislação. Tal conduta demostra que o
objetivo era convidar para participar dos procedimentos licitatórios
empresas de fachada ligadas ao grupo comandado por Marcos Tadeu,
organização criminosa desarticulada pela Operação I-Licitação.
Participaram do Convite nº 18/2005, as empresas de fachada Campina
Representação e Comércio Ltda. - ME (vencedora, com proposta de R$
72.990,00), Construtora Ipanema Ltda. e Paraíba Serviços e
Representações Ltda. - ME. A licitação foi adjudicada pelo secretário de
Administração e Finanças José Anastácio de Lima, e homologada e
ratificada pelo então prefeito da cidade. Acontece que o procedimento
licitatório foi forjado com o intuito de aparentar uma competição
fictícia, quando, na verdade, o vencedor já havia sido escolhido
previamente.
Além disso, o Convite nº 17/2005 também
teve seu caráter competitivo frustrado. Neste caso, participaram as
empresas de fachada Construtora Ipanema Ltda. (vencedora com proposta de
R$ 93.501,09), Multi-Obras Construtora Ltda. e Terracota Construções e
Incorporações. Ocorre que das três convidadas, a primeira e a segunda
também faziam parte da organização criminosa liderada por Marcos Tadeu.
A ação foi proposta em 17 de junho de 2013. Em despacho, datado de 27
de junho, a Justiça Federal mandou notificar os demandados para que
ofereçam manifestação sobre a ação de improbidade. Até agora (novembro) o
MPF aguarda o recebimento da ação pelo Judiciário.
É
possível consultar a movimentação do processo através da página
www.jfpb.jus.br, bastando, para tanto, colocar o número da ação na
ferramenta de pesquisa processual.
* Ação de Improbidade Administrativa nº 0000424-35.2013.4.05.8205 (14ª Vara Federal)
Nenhum comentário:
Postar um comentário