E… entrei no Tantra
por Ana
A primeira vez que ouvi falar sobre o Tantra foi por uma amiga da
faculdade. Lembro vagamente de alguns conceitos e de como ela assegurava
que conseguia sentir prazer roçando seu braço com o do namorado. Em
plena descoberta da minha sexualidade, aquilo me parecia besteira pura.
Uma década depois, paguei R$ 400 (este é o preço médio praticado para
cerca de 2 horas) para tentar descobrir o que o Tantra é. Foi há duas
semanas, meses depois de a ideia me rondar. De um lado, tinha
curiosidade óbvia, dados os comentários de que é possível ter 15
orgasmos seguidos (ok, na internet, lê-se de tudo). Do outro, como
pressupõe o Tantra, buscava resolver alguns dos meus bloqueios na hora
de atingir um orgasmo. Queria uma experiência nova, conhecer meu corpo
sem precisar interagir nem satisfazer alguém em troca. Buscava um
terapeuta do sexo.
Explicar o Tantra não e tarefa fácil. Ao longo dos anos, esta
filosofia hindu, que considera o corpo um meio de autoconhecimento,
absorveu muitos ensinamentos que dissolveram uma definição única. Em
alguns casos, se vulgarizou em simples sessões de sexo, e em outros, se
misturou com outras disciplinas como o taoismo ou o ioga.
Na essência, o que eu conheci e relato aqui para vocês, é o Tantra
como uma terapia que vale-se dos estímulos táteis para potencializar a
energia natural do nosso corpo. Essa bioenergia é a via para
experimentar novas sensações de prazer que, além de orgasmos, abrem um
caminho no nosso modo de perceber.
No Tantra, fala-se de conceitos difíceis como “alcançar o estado
transcendental da união dos princípios masculino e feminino em sua
propagação ao infinito”, mas também que trata-se de uma filosofia
vivencial, não contida nos livros, e única para cada pessoa.
O primeiro passo é o desafio de escolher um lugar e/ou terapeuta
adequado. Eu conhecia um centro de Tantra em São Paulo que oferecia
vários tipos de massagens, para iniciados e avançados. O método se
divide em quatro níveis, específicos para homens e para mulheres.
Eu optei por um que mistura duas coisas. Comecei pela massagem
básica, chamada Sensitive, misturada com a Yoni Massagem, focada no
órgão genital. Para escolher a que se encaixa para você, o melhor
caminho é conversar com a pessoa que te atenderá (geralmente uma mulher
no caso dos homens e um homem no caso das mulheres, por isso da
polaridade).
O centro que escolhi chama-se Metamorfose, com terapeutas espalhados pelo país todo (http://www.centrometamorfose.com.br/).
As terapias são baseadas no método Deva Nishok, que entende o Tantra
como um caminho para curar disfunções, mudar padrões sexuais e superar
limitações e dificuldades na sexualidade. Recusa especificamente que
alguém interprete tudo isso como um método masturbatório (e,
convenhamos, isso já fazemos em casa).
Ufa. Parece pesado demais, mas simplificar seria injusto. E lá fui eu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário