terça-feira, 20 de agosto de 2013

Previsões de um vidente cego

O fenômeno Cássio se mexe e vira um lobisomem – Gilvan Freire


 
 
Ricardo Coutinho elegeu-se pendurado na cauda de um cometa em um acidente da política paraibana quando as forças que se digladiavam não incluía a sua própria – bastante inexpressiva na época para entrar em disputa de gente grande. Deus, em quem ele não reconhece autoridade maior do que a sua, intercedeu para que ele amorcegasse nos luminares da ocasião e alçasse voo rumo a vitória dramática na reta final de chegada da campanha. Foi ai, nas alturas onde chegou, que os céus tremeram sobre as terras e o povo da Paraíba.   
   

O cometa de RC foi Cássio, que disputava sem ser candidato a governador com Zé Maranhão. Os dois inimigos mortais da política estadual que queriam a qualquer custo ver um o fim do outro, porque ambos já haviam se revezado no poder. Nenhum dos dois tirou o último mandato de governador inteiro, porque, certamente, estavam eleitoralmente tão grandes que o poder não podia pertencer integralmente a um só. Castigo, justiça, ou a lei dos acasos?

Não sendo candidato a governador em 2010, porque não podia, mas vomitando fogo para desbancar Maranhão do palácio, lugar onde julgava ter direito de ser inquilino e do qual foi expurgado à força, Cássio precisava enxotar de lá o seu mais cruento desafeto, para que não houvesse pelo voto revanche de um contra o outro. Daí o acaso (cuja lei é perversa, às vezes, madrasta ou contradiça outras tantas) uniu Cássio a RC, exatamente o acontecimento que (pouca gente podia prevê, a não ser que fosse vidente), faria os céus tremerem sobre o povo e as terras da Paraíba por mais longo e penoso tempo.

Com 65% de seu tempo de governo consumido, algo em torno de dois terços do mandato, responsabilizado pela população, majoritariamente, como o governante mais repulsado da história moderna da Paraíba (60% de rejeição, segundo a última pesquisa lida), RC aproxima-se do final melancólico de sua gestão com um saldo de problemas e conflitos que ninguém ousou causar antes, até porque nunca será possível a um governante normal resolver os problemas existentes no estado, quanto mais os que não foram resolvidos somados aos incontáveis que RC criou para si mesmo e para os próximos governadores.

Está chegando a hora do juízo final, em que os malefícios produzidos serão contabilizados, as contradições serão apuradas, os mitos inventados pela mídia estatal milionária serão desmistificados, e os céus, nas alturas, recobrarão a sua mansidão apaziguadora, derramando paz sobre as terras e o povo da Paraíba.

Não pela lei do acaso mas pela lei da lógica (que é quase igual e certa como a matemática), talvez por imperativo da justiça dos homens mesmo (já que a justiça de Deus não vai perder tempo com a política), Cássio caminha para se afastar de RC em pouco tempo e, ao que parece, vencer a indecisão de candidatar-se a governador em 2014. Ele está se mexendo e assustando como um lobisomem. Mas, como a própria vida é tão contradiça como a lei do acaso, adivinhem com quem Cássio poderá se entender? Depois eu conto, mas posso adiantar alguma coisa: será com um daqueles que foi o seu principal desafeto ate agora, sem contar com RC, o maior de todos.


Este artigo integrará o futuro livro ‘PREVISÕES POLÍTICAS DE UM VIDENTE CEGO’


Do blog do Pedro Marinho

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