O fenômeno Cássio se mexe e vira um lobisomem – Gilvan Freire
Ricardo Coutinho elegeu-se pendurado na cauda de
um cometa em um acidente da política paraibana quando as forças que se
digladiavam não incluía a sua própria – bastante inexpressiva na época
para entrar em disputa de gente grande. Deus, em quem ele não reconhece
autoridade maior do que a sua, intercedeu para que ele amorcegasse nos
luminares da ocasião e alçasse voo rumo a vitória dramática na reta
final de chegada da campanha. Foi ai, nas alturas onde chegou, que os
céus tremeram sobre as terras e o povo da Paraíba.
O cometa de RC foi Cássio, que disputava sem
ser candidato a governador com Zé Maranhão. Os dois inimigos mortais da
política estadual que queriam a qualquer custo ver um o fim do outro,
porque ambos já haviam se revezado no poder. Nenhum dos dois tirou o
último mandato de governador inteiro, porque, certamente, estavam
eleitoralmente tão grandes que o poder não podia pertencer integralmente
a um só. Castigo, justiça, ou a lei dos acasos?
Não sendo candidato a governador em 2010,
porque não podia, mas vomitando fogo para desbancar Maranhão do palácio,
lugar onde julgava ter direito de ser inquilino e do qual foi expurgado
à força, Cássio precisava enxotar de lá o seu mais cruento desafeto,
para que não houvesse pelo voto revanche de um contra o outro. Daí o
acaso (cuja lei é perversa, às vezes, madrasta ou contradiça outras
tantas) uniu Cássio a RC, exatamente o acontecimento que (pouca gente
podia prevê, a não ser que fosse vidente), faria os céus tremerem sobre o
povo e as terras da Paraíba por mais longo e penoso tempo.
Com 65% de seu tempo de governo consumido, algo
em torno de dois terços do mandato, responsabilizado pela população,
majoritariamente, como o governante mais repulsado da história moderna
da Paraíba (60% de rejeição, segundo a última pesquisa lida), RC
aproxima-se do final melancólico de sua gestão com um saldo de problemas
e conflitos que ninguém ousou causar antes, até porque nunca será
possível a um governante normal resolver os problemas existentes no
estado, quanto mais os que não foram resolvidos somados aos incontáveis
que RC criou para si mesmo e para os próximos governadores.
Está chegando a hora do juízo final, em que os
malefícios produzidos serão contabilizados, as contradições serão
apuradas, os mitos inventados pela mídia estatal milionária serão
desmistificados, e os céus, nas alturas, recobrarão a sua mansidão
apaziguadora, derramando paz sobre as terras e o povo da Paraíba.
Não pela lei do acaso mas pela lei da lógica
(que é quase igual e certa como a matemática), talvez por imperativo da
justiça dos homens mesmo (já que a justiça de Deus não vai perder tempo
com a política), Cássio caminha para se afastar de RC em pouco tempo e,
ao que parece, vencer a indecisão de candidatar-se a governador em 2014.
Ele está se mexendo e assustando como um lobisomem. Mas, como a própria
vida é tão contradiça como a lei do acaso, adivinhem com quem Cássio
poderá se entender? Depois eu conto, mas posso adiantar alguma coisa:
será com um daqueles que foi o seu principal desafeto ate agora, sem
contar com RC, o maior de todos.
Este artigo integrará o futuro livro ‘PREVISÕES POLÍTICAS DE UM VIDENTE CEGO’
Do blog do Pedro Marinho
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