Orgasmo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O orgasmo é a conclusão do ciclo de resposta sexual que corresponde ao momento de maior prazer sexual. Pode ser experimentado por ambos os sexos, dura apenas poucos segundos e é sentido durante o ato sexual ou a masturbação. O orgasmo pode ser detectado com a ejaculação na maioria das espécies de mamíferos masculinos.
Por outro lado, na espécie humana, o orgasmo masculino, por exemplo,
nem sempre está acompanhado de ejaculação, podendo ocorrer o orgasmo sem
ejaculação, como podemos observar nos cânones taoistas na China (In Chang, 1979).
O orgasmo é uma das fases da resposta sexual, como descrita por
Masters e Johnson. Caracteriza-se por intenso prazer físico mediado pelo
sistema nervoso autônomo, acompanhado por ciclos de rápidas contrações musculares nos músculos pélvicos, que rodeiam os órgãos sexuais e o ânus, sendo frequentemente associados a outras ações involuntárias, como espasmos musculares em outras partes do corpo e uma sensação geral de euforia. Sua ausência é denominada anorgasmia.
Além desta definição, temos o orgasmo como um potente estado alterado
de consciência e ainda temos o para-orgasmo como sendo "o estado
existencial de auto realização e prazer de viver intraduzível em palavras
e geralmente vivenciado a partir de curtos momentos, ou momentos de
pico.
No sentido estrito, apresenta-se como um pico rápido de excitação
seguido ou não de ejaculação e com rápida queda na sensação de prazer. Uma vez que os órgãos sexuais têm a mesma origem embriológica em ambos
os sexos, a sensação é equivalente para homens e mulheres, podendo haver
um período refratário à estimulação direta após o orgasmo. Nas
mulheres, as contrações musculares causam expulsão de líquido através da vagina, caracterizando a ejaculação feminina. É um período de grande relaxamento e queda da pressão arterial, devido à liberação da prolactina. Há também redução temporária das atividades do córtex cerebral. No sentido amplo, o orgasmo, pelo menos na espécie humana, traduz a
capacidade de amar, de entrega ao amor e ao prazer, sendo uma atitude de
cunho não neurótico que, temporariamente, anula os sintomas básicos da
neurose a partir da liberação da energia ou orgônio sexual ou libido
(Reich, W. A Função do Orgasmo).
Conseguir orgasmo
O orgasmo é atingido após a estimulação direta ou indireta do pênis ou do clitóris. Esta estimulação pode ser causada pela atividade sexual, masturbação, sexo oral, sexo não penetrativo, vibrador, ou por eletroestimulação.
Qualquer estimulação sexual do pênis ou clitóris pode eventualmente
resultar em um orgasmo, mas este também pode ser atingido pela
estimulação de outras zonas erógenas, na ausência de estimulação física, pode-se chegar ao orgasmo através de estimulação psicológica (como na polução noturna).
Orgasmos múltiplos
Ocorrem em alguns casos em que a mulher não
tem um período refratário, ou ele é muito curto e experimenta-se um
segundo orgasmo logo após o primeiro; algumas mulheres podem até ter uma
sequência de orgasmos consecutivos. Para algumas mulheres, o clitóris e
os mamilos ficam muito sensíveis após o clímax, ocasionando que
estimulações adicionais possam ser dolorosas. Inspirações profundas, respiração rápida e continuação da estimulação podem ajudar a diminuir esta excitação.
Muitos homens que começaram a se masturbar ou tiveram atividade sexual antes da puberdade
relatam terem sido capazes de ter múltiplos orgasmos sem ejacular.
Jovens crianças do sexo masculino são capazes de ter múltiplos orgasmos
devido à falta de período refratário. Um estudo sugere que o orgasmo
antes da puberdade dos homens é similar ao orgasmo feminino, podendo
refletir alterações hormonais durante a puberdade com influência sobre
as características do orgasmo masculino.
Orgasmo espontâneo
O orgasmo pode ser espontâneo, parecendo que ocorrem sem haver prévia
estimulação direta. Os primeiros relatos deste tipo de orgasmo provêm
de pessoas que tiveram lesões da medula espinal
(SCI). Embora a SCI muitas vezes leve à perda de certas sensações e a
alterações da auto-percepção, uma pessoa com esta perturbação pode não
estar privada de sexualidade, como estimulações sexuais e desejos
eróticos.
Também se discute que algumas determinadas drogas antidepressoras podem provocar o orgasmo espontâneo como um efeito colateral.
Orgasmo vaginal
O "teoria dos dois orgasmos" (a crença de que no sexo feminino há um
orgasmo vaginal e um orgasmo clitoriano), foi criticada por feministas, como Ellen Ross e Rayna Rapp como uma "clara percepção masculina do corpo feminino". O conceito de orgasmo de natureza vaginal foi postulada pela primeira vez por Sigmund Freud. Em 1905,
Freud argumentou que o orgasmo clitoriano era um fenômeno que ocorria
em adolescentes, e após atingir a puberdade a resposta adequada das
mulheres maduras mudava para o orgasmo vaginal. Embora Freud não tenha
fornecido quaisquer provas para esta suposição básica, as consequências
dessa teoria foram muito elaboradas, em parte porque muitas mulheres se
sentiram inadequadas quando elas não conseguiam atingir orgasmo através
da relação vaginal que envolveu pouca ou nenhuma estimulação clitoriana.
Em 1966,
Masters e Johnson publicaram um trabalho de investigação sobre as fases
de estimulação sexual. Seu trabalho incluiu homens e mulheres, e ao
contrário de Alfred Kinsey anteriormente (em 1948 e 1953), havia tentado determinar as fases fisiológicas que ocorriam antes e depois do orgasmo. Masters e Johnson colaboraram com a ideia de que o orgasmo vaginal e
clitoriano correspondem ao mesmo processo e argumentaram que a
estimulação clitoriana é a principal fonte dos orgasmos.
Anatomicamente o pênis e o clitóris têm prolongamentos internos, dificultando a distinção entre o orgasmo clitoriano e vaginal.
A urologista australiana Helen O'Connell, utilizando técnicas de
ressonância magnética, notou que existe uma relação entre o crus
clitoris (crura, pernas ou raízes do clitóris) e o tecido eréctil do bulbo clitoriano. Ela afirma que esta relação de interligação é a explicação fisiológica para o Ponto G e a experiência do orgasmo vaginal, tendo em vista que há a estimulação das partes internas do clitóris durante a penetração da vagina.
Orgasmo anal
O orgasmo anal é um orgasmo originário da estimulação anal,
como a de um dedo inserido, o pênis ou um brinquedo erótico. É
ocasionado pela estimulação direta das terminações que inervam o
esfíncter, em especial o nervo pudendo, entre outros quatro nervos da
região pélvica envolvidos no orgasmo, tanto masculino como feminino.
Orgasmo mamário
Um orgasmo mamário é um orgasmo a partir da estimulação das mamas. Nem todas as mulheres são sensíveis à estimulação dos seios, no
entanto, algumas mulheres afirmam que a estimulação da área da mama
durante o ato sexual e as preliminares,
ou apenas o simples fato de terem seus seios acariciados, pode levar ao
orgasmo. De acordo com um estudo que questionou 213 mulheres, 29% delas
tiveram a experiência de terem um orgasmo de mama uma vez ou mais vezes, enquanto outro estudo afirmou que apenas 1% de todas as mulheres teve a experiência de terem um orgasmo mamário.
Crê-se que um orgasmo ocorra, em parte, por causa do hormônio oxitocina, que é produzida no organismo durante a excitação e estimulação da mama.
Orgasmo seco
É possível atingir o orgasmo sem a ejaculação
(orgasmo seco) ou ejacular sem atingir orgasmo. Alguns homens têm
relatado ter múltiplos orgasmos consecutivos, particularmente sem
ejaculação. Os homens que experimentam orgasmos secos muitas vezes podem
ter múltiplos orgasmos, com a necessidade de um período de repouso, o
período refratário, reduzido. Alguns homens são capazes de se masturbar por horas, e, em um momento, atingir orgasmo várias vezes.
O orgasmo seco também pode acontecer em pessoas que se submeteram a
cirurgias oncológicas, principalmente no cólon ou reto, no qual foi
aplicado sessões de radioterapia e quimioterapia, lesando órgãos que
contribuem para a produção do sêmen.
Orgasmo simultâneo
O orgasmo simultâneo (também designado por orgasmo mútuo) é um clímax
alcançado pelos parceiros sexuais, ao mesmo tempo, durante o ato
sexual.
Função evolutiva dos orgasmos
Em 1967, Desmond Morris sugeriu, em seu primeiro livro de ciência popular O macaco nu (The Naked Ape)
que o orgasmo feminino evoluiu para encorajar a fêmea a manter uma
intimidade física com seu parceiro e ajudar a reforçar a ligação do
casal. Morris sugeriu que a relativa dificuldade em se alcançar o
orgasmo feminino, em comparação com o orgasmo no sexo masculino, poderia
ter uma função favorável por direcionar a fêmea a selecionar companheiro que tenham qualidades como paciência, atenção, imaginação, inteligência, em oposição às qualidades tais como tamanho e agressão, que tem relação com a selecção de companheiros em outros primatas. Essas qualidades vantajosas foram-se tornando acentuadas dentro da espécie humana.
Morris também propôs que o orgasmo poderia facilitar a concepção, uma
vez que esgotaria a mulher e assim ela se manteria com o corpo na
horizontal, impedindo assim que o esperma
escorresse para fora do trato genital. Esta possibilidade, algumas
vezes chamado de "Hipótese Poleax" ou "Hipótese do nocaute", atualmente é
considerada altamente duvidosa.
Outras teorias são baseadas na ideia de que o orgasmo feminino
poderia aumentar a fertilidade. Por exemplo, a redução de 30% no tamanho
da vagina durante o orgasmo poderia ajudar aumentando a pressão sobre o
pênis (semelhante ao efeito da contração do músculo pubococcígeo),
o que promoveria o aumento da estimulação sobre o macho. Os biólogos
também sugeriram que o orgasmo feminino pode ter um ação de "sucção",
semelhante ao movimento peristáltico, favorecendo a retenção dos espermatozóides e aumentando as chances da concepção. Também o fato de que a mulher tende a atingir orgasmo com maior facilidade quando estão ovulando sugere que ele está vinculado ao aumento da fertilidade.
Outros biólogos supõem que o orgasmo seria apenas para motivar o sexo, o que aumentaria a taxa de reprodução.
Visto que o orgasmo de um macho tipicamente tende a chegar mais
depressa do que o das fêmeas, isso poderia, potencialmente, encorajar a
fêmea a ter vontade de se envolver em atividades sexuais com mais
frequência, aumentando assim a probabilidade de concepção.
Dia do Orgasmo
O Dia Mundial do Orgasmo foi informalmente criado na Inglaterra
no dia 31/07 por redes de sex shops. Estas realizaram pesquisas que
revelaram que 80% das mulheres inglesas não atingem o clímax em suas
relações. Em termos de insatisfação sexual, os brasileiros não ficam
longe. Um estudo conduzido pelo Projeto de Sexualidade da USP (ProSex)
detectou que 50% das brasileiras têm problemas relacionados à falta de
orgasmo. Cerca de 12 milhões de homens sofreriam de alguma disfunção
sexual.
Nenhum comentário:
Postar um comentário