Biblioteca no Serrotão |
Na próxima sexta-feira (06), às 9h, será inaugurado na
Penitenciária do Serrotão, em Campina Grande (distante 122 quilômetrso
da Capital paraibana), o primeiro campus universitário do país a
funcionar dentro de um presídio. O funcionamento será possível graças à
parceria entre a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária
(Seap) e a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).
O campus avançado da UEPB do Serrotão conta com oito salas de
aula e um auditório, onde serão realizados cursos, palestras e
atividades culturais para os reeducandos.
Segundo um relatório da Comissão de Direitos Humanos,
divulgado em junho deste ano, o presídio do Serrotão, na segunda maior
cidade da Paraíba, destina-se a presos definitivos e tem capacidade para
350 apenados, mas abriga atualmente 698 presidiários. Eles estão
distribuídos em nove pavilhões. Apenas 9% dos detentos realizam
trabalhos sociais e 40 estudam na escola da unidade prisional, com
capacidade para 80 estudantes presos.
Detentos do Serrotão |
O projeto inclui um escritório modelo, unidade em que
estagiários do curso de Direito revisam os processos de todos os
detentos, auxiliando o setor jurídico da penitenciária. “Isso evita que
apenados passem mais tempo na prisão, além do prazo estipulado pela
Justiça para cumprimento de sua pena”, explicou Wallber Virgolino,
secretário estadual de Administração Penitenciária.
O espaço para leitura já está pronto. Ele conta com mais de 300
livros cedidos pela Secretaria de Estado da Educação, com a oferta de
gêneros diversificados. Na Penitenciária Regional Raymundo Asfora
(Serrotão) já funciona o projeto “Biblioteca Itinerante”, que leva os
livros até as celas. “O apenado que quer obter um livro para a leitura
tem que fazer um cadastro e seguir o prazo de entrega do material. Cerca
de 120 presos já se inscreveram no projeto”, disse o diretor da
unidade, Manoel Eudes Osório.
Campus avançado da UEPB |
A universidade dentro do sistema prisional também contempla o
Presídio Feminino, que está incluído no complexo penitenciário do
Serrotão. A estrutura montada na unidade onde as mulheres cumprem pena
oferece salas de aula, local para oficinas e berçário. Nos últimos
meses, as reeducandas tiveram cursos de beleza, cozinha, confecção de
bonecas, entre outras atividades.
A aposta do secretário da Seap é de que a iniciativa promova a
ressocialização de detentos através da educação. “É sem dúvida uma
medida pioneira. Se a educação é a base de tudo, ela será também a da
reinserção social das pessoas que cumprem pena”, disse Wallber.
Créditos: Secom-PB
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