Conheça o homem que já prestou 56 concursos e passou em 38 deles no Brasil
Beto Flash prestou 58 concursos em oito anos, e ele garante
que estudou para todos eles. O jornalista, arquiteto e bacharel em
direito passou em 35 seleções, e há 6 anos trabalha no Tribunal Regional
Eleitoral (TRE) do Rio de Janeiro. “Ao contrário de muitos que só
prestam concursos, eu estudei para todos os 58 prestados até hoje, em
diversas áreas, e não me arrependo, pois acumulei muito conhecimento
geral”, diz.
Para Beto Flash, que pediu para não ter o nome verdadeiro
divulgado por questão de segurança, as melhores carreiras estão na área
jurídica. “Agora vou me dedicar exclusivamente aos concursos jurídicos.
Quero ser procurador da República”, afirma. Por sinal, a última prova
que Flash fez foi no último domingo (4) para procurador da República. O
concurso oferece 47 vagas e tem salário de R$ 24.057,33. “É apenas uma
questão de tempo, se não passar nesse passo em outro”, diz. Beto Flash
diz que quando passar para procurador vai parar de prestar concurso.
“Tenho um certo fascínio pelo Ministério Público, e o salário é de R$ 24
mil”.
Flash se formou em direito em dezembro do ano passado. E, de
todos os concursos que ele passou, escolheu assumir apenas no TRE,
decisão que ele considerou estratégica, pois precisava de pelo menos 5
anos para fazer com tranquilidade a faculdade de direito, “rumo à
Procuradoria da República”.
Entre os mais importantes que ele passou lista o Ministério Público da União (MPU), a Polícia Federal (PF), Tribunais Regionais do Trabalho e Federais (TRT e TRF), Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Ancine, Infraero, Caixa Econômica Federal, Prominp, Colégio Pedro II, Ministério da Saúde, Ibama e Exército. Em alguns órgãos, como tribunais e MPU, Flash conta que passou mais de uma vez em cargos de nível médio e superior.
Entre os mais importantes que ele passou lista o Ministério Público da União (MPU), a Polícia Federal (PF), Tribunais Regionais do Trabalho e Federais (TRT e TRF), Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Ancine, Infraero, Caixa Econômica Federal, Prominp, Colégio Pedro II, Ministério da Saúde, Ibama e Exército. Em alguns órgãos, como tribunais e MPU, Flash conta que passou mais de uma vez em cargos de nível médio e superior.
Não assumi quando passei no primeiro concurso, muita gente toma
posse logo e não espera outro, trabalha 8 horas por dia. Essa pessoa
nunca mais vai conseguir voltar a estudar e passar. Às vezes se ficar um
pouco mais de tempo estudando faz a diferença”.
Beto Flash diz que até conseguir passar no que chama de “concurso ideal”, fará mais “concursos-escadas”. “Importante ficar sempre se testando, para não perder o pique. Uso os concursos como simulados, pois ajudam a quebrar o gelo na hora das provas verdadeiras. Quanto mais aprendo, mais descubro que não sabia nada, e o simples fato de saber já me coloca em vantagem perante meus concorrentes”, afirma.
Beto Flash diz que até conseguir passar no que chama de “concurso ideal”, fará mais “concursos-escadas”. “Importante ficar sempre se testando, para não perder o pique. Uso os concursos como simulados, pois ajudam a quebrar o gelo na hora das provas verdadeiras. Quanto mais aprendo, mais descubro que não sabia nada, e o simples fato de saber já me coloca em vantagem perante meus concorrentes”, afirma.
Beto Flash faz cursinho preparatório de manhã, trabalha por 7
horas, volta a estudar à noite em outro curso, e nas madrugadas
continua estudando, assistindo a aulas de direito pela TV. No sábado faz
cursos de manhã e à tarde. Já no domingo de manhã faz simulados em um
curso preparatório. Depois de toda essa maratona, ele reserva a tarde e a
noite de domingo para fazer o que gosta e se distrair. “Não tenho mais
tempo para estudar em casa. Motivo pelo qual todas as vezes que tiro
férias é só para estudar antes de alguma prova importante”, diz.
Sua estratégia principal, após tantos anos de cursos
preparatórios, é começar a estudar pelas questões da banca do concurso
que quer fazer, para então buscar na teoria a fundamentação das questões
que errou.
Beto Flash conta que começou a prestar concurso há 8 anos.
“Fiz os 58 [concursos] porque gosto do conhecimento, eu preciso do
conhecimento, eu estudei para cada um deles, adoro estudar, quero morrer
estudando, fiz concursos na área militar, jurídica, de saúde,
ambiental, exatas, mas não para descobrir minha vocação, eu sempre soube
que no final eu ia acabar na área jurídica, que tem os melhores
salários, as melhores carreiras. Eu ganhava mais como empresário do que
eu ganho hoje, mas acabava trabalhando para o hoje”, conta.
Nem a noiva foi poupada
Seu interesse pelo mundo dos concursos começou quando ele era
empresário havia 17 anos. “Há 9 anos, durante uma entrevista no
programa que eu apresentava na CNT, fiz uma reengenharia na minha vida
após aceitar o convite do então presidente da Anpac [Associação Nacional
de Proteção e Apoio aos Concursos] e dono de um curso preparatório de
largar tudo imediatamente e ir estudar com ele, de graça, até passar,
para me tornar seu aluno-modelo. Na época eu era modelo, presidente do
Sindicato dos Modelos do Rio e dono da agência de modelo AZ-Flash.
Vivenciava o presente, ganhava mais do que ganho hoje, mas não conseguia
me enxergar no futuro, pela ausência de estabilidade.”
A reengenharia de Beto Flash não poupou nem sua noiva. “Ou a
pessoa estuda com você ou simplesmente não vai dar certo. Terminei por
saber que ela ia me prejudicar.” Ele diz que não se arrepende de ter
terminado o noivado de três anos e meio. “Até tentei dividir a atenção,
levando-a para estudar de graça comigo, mas se a pessoa não está na
mesma sintonia que você, simplesmente não vai dar certo, melhor acabar
logo. Hoje só namoro pessoas que queiram somar contracheques. Namorar
por namorar não me interessa, pra que ganhar 20 se você pode ganhar
40?”.
Durante sua trajetória, Flash conta que chegou a estudar de
manhã, de tarde e de noite, vendeu seu carro para ficar um ano sem
trabalhar, e pediu para o seu pai pagar seu plano de saúde e condomínio,
pois precisava ter mais tempo para continuar estudando para um concurso
melhor. “Não assumi quando passei no primeiro concurso, muita gente
toma posse logo e não espera outro, trabalha 8 horas por dia. Essa
pessoa nunca mais vai conseguir voltar a estudar e passar. Se as pessoas
puderem aguardar um pouco mais, às vezes um pouco mais de tempo
estudando faz a diferença”, comenta.
“Quando você troca os prazeres de um churrasco com os amigos
por um dia inteiro de aulas num domingo, neste momento você torna-se um
concurseiro de verdade, e sua aprovação será apenas um detalhe, uma
questão de tempo, e quando você continua estudando, você consegue passar
em vários ao mesmo tempo, então se dará ao luxo de escolher em qual
deles tomará posse”, diz.
Segundo Beto Flash, há cinco tipos de candidatos. A maior
parte (90%) se inscreve, mas não estuda. “Esses as bancas adoram”.
Outros 8% ele chama de “concursando”, que estuda só quando sai o edital.
“Normalmente não passam, chutam na trave, estudam dois ou três meses
antes da prova e vão se empurrando”.
Outros 1% ele chama de concurseiro estressado, que estuda
demais e não tem um momento de lazer. “Estudam demais, não têm uma vida
fora, se cobram demais, todo mundo cobra, ele passa do limite da razão,
quando você entra num pique tamanho em que estudar vira um vício, a sala
de aula vira um programa social, o ambiente, o cheiro, a atmosfera, ele
realmente vira um concurseiro obstinado, não tem programa social
melhor”, descreve.
Segundo Flash, esse tipo de candidato elimina tudo em volta e
deixa de ter atividades tão necessárias, que é sair, ver pessoas, fazer
exercícios. “Passei 6 meses sem dar um beijo na boca”, conta. Hoje ele
reserva pelo menos um dia por semana para dar uma volta, ir para o
cinema, tomar um chopp. “Isso é importantíssimo para a saúde mental.”
Os 1% restantes, de acordo com Flash, ele denomina de
concurseiro profissional, que já cometeu todos os erros, já conhece
tudo, já tem estabilidade, mas continua estudado para o concurso ideal, e
agrega à sua vida atividades correlatas. “São os concurseiros que
respiram concurso público, e se param para estudar nada pode
interrompê-los, é só uma questão de tempo passar”. É nesse grupo que ele
diz se enquadrar. Flash criou a TV Concursos há oito anos, que é um
programa gratuito num canal de TV paga.
Beto Flash considera os preços das taxas de inscrição altos.
Para ele, deveriam ser de no máximo de 1% da remuneração do cargo. O
servidor do TRE não viaja para fazer concursos – só uma vez foi para
Brasília para fazer o exame para o Tribunal de Contas da União (TCU). As
outras provas ele fez sempre no Rio de Janeiro. “Só faria o sacrifício
pelo concurso da Procuradoria da República”, diz.
“O fato de ter feito 58 concursos não quer dizer que eu
queira cada um deles, como eu estou agora nessa trajetória de
Procuradoria, quanto mais concursos na área jurídica eu puder fazer,
melhor. Quero me encontrar na Procuradoria, mas é o concurso mais
difícil do Brasil. Se eu não conseguir não tem problema, tenho outras
opções, podem me chamar para o TRT a qualquer momento”, afirma.
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