segunda-feira, 10 de junho de 2013


Seleção, enfim, vence e convence

Juca Kfouri
O estádio do Grêmio com mais de 51 mil pagantes estava disposto a gostar da Seleção e a apoiou desde o começo do jogo, até antes, cantando a pleno pulmões o hino nacional, necessidade, aliás, que se impõe sempre que precedido da maravilhosa Marselhesa.
E nem mesmo diante de um primeiro tempo de poucas emoções o torcedor gaúcho reclamou.
Júlio César não teve trabalho, nem o goleiro francês que deu um susto logo no primeiro minuto de jogo quando saiu jogando e perdeu a bola para Neymar que demorou a resolver o lance.
Jogando como ponta-esquerda, Neymar foi opaco e a eficaz marcação francesa deu trabalho ao ataque brasileiro que só achava brecha na base da força de Hulk.
Já o toque de bola francês envolveu com mais facilidade o miolo de zaga que tinha David Luiz meio descontrolado.
Mas sensação de gol mesmo não houve e os times voltaram iguais para o segundo tempo.
No primeiro minuto, a melhor chance de todo o jogo, com Hulk, em complemento a contra-ataque puxado por Oscar e com a participação de Paulinho e Fred, que deu o passe final.
A resposta da França foi imediata, com um chute perigoso de fora da área, na rede pelo lado de fora.
Em quatro minutos, dois chutes a gol de cada lado.
Teríamos uma etapa final mais animada?
Aos 5, começaram os apelos por Lucas…
Aos 8, gol do Brasil, de Oscar, depois que Luiz Gustavo roubou, com falta, a bola na intermediária, deu para Fred pela esquerda e ele achou Oscar na área que tirou o zero do marcador com frieza.
Sim, o segundo tempo já era muito melhor que o primeiro.
Depois de a Seleção ensaiar duas vezes ampliar o placar, aos14 foi Julio César quem evitou um gol contra de David Luiz.
Aos 20, Lucas entrou no lugar de Hulk e o gremista Fernando no do ex-colorado Oscar, que vem sendo poupado porque muito exigido na temporada.
No minuto seguinte o goleiro francês impediu o segundo gol brasileiro, nos pés de Fred.
O jogo agradava sim senhor e a Seleção ensaiava até boas triangulações com Lucas, Fred e Paulinho, mais solto como no segundo tempo contra a Inglaterra.
Fred deu lugar a Jô, aos 25.
A França, cansada, trocou três de uma vez só.
Uma escrita que vinha de 1992 estava caindo em Porto Alegre e outra de há quase quatro anos não ganhar de um campeão mundial, além de ser a sexta vitória brasileira contra cinco francesas em 15 jogos.
A França apostava num lance vadio para tentar estragar tudo isso.
Hernanes substituiu Luiz Gustavo, aos 35.
E quatro minutos depois fez o segundo gol brasileiro, completando um contra-ataque puxado por Paulinho, continuado por Lucas, dele para Neymar ajeitar para Hernanes ampliar.
Dante entrou no lugar de Paulinho, aos 41, e Bernard no do vaiado Neymar, aos 43.
Bernard teve tempo de desperdiçar o terceiro gol, em lançamento de Hernanes.
O mesmo Hernanes que virou o jogo para Marcelo fazer ótima jogada individual e sofrer pênalti que Lucas converteu com categoria no time do país em que joga: 3 a 0.
E a torcida foi embora para casa ainda mais feliz do que chegou com três gols de jogadores revelados pelo São Paulo.
Sábado, no Mané Garrincha, a Seleção estreará contra o Japão na Copa das Confederações com 500 quilos a menos de peso nas costas.
Vamos lá!

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