terça-feira, 4 de junho de 2013

FILIPE: CINCO ANOS DE SAUDADE

Mensagem de Carinho

A UM AUSENTE
Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Às vésperas de completar cinco anos de saudade, chega o dia 27/05, como não lembrar de você desde às 00:00h deste dia, exatamente quando o seu dia começava e eu esperava ansiosamente para te dar os parabéns. Sem ter noção da falta que faz esse olhar, eu me lembro da última vez que pude te dar os parabéns, do último abraço e de como eu desejei que aquele momento se repetisse por longos anos, sem saber que eu jamais poderia te desejar aquilo novamente. O abraço eu não posso te dar, mas hoje eu desejo que você esteja em paz e que possa sentir todo o amor que sempre vou ter por você, o mais puro e sincero amor de uma irmã caçula que você carregava em baixo da sua asa, que sempre será grata por todos os momentos que você cuidou de mim como um pai/mãe e por todas as renúncias que você teve que fazer por minha conta. Eu tive que aprender a conviver com essa saudade e com o enorme vazio que ficou na nossa família, porém nunca vou esquecer as coisas que você me ensinou, tão atencioso e carinhoso comigo, me guiando e mostrando o caminha certo. Não é fácil passar por essas datas depois de tudo que aconteceu, sem te ter perto de todos nós, com aquele sorrisão de criança. Parabéns irmão, você estará eternamente comigo, não importa quanto tempo passe, sua memória permanecerá viva naqueles que sentem sua falta e te amam.
"Sei que quando canto você pode me escutar"Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste. 



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