Amor
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Amor, é o nível ou grau de responsabilidade, utilidade e prazer com que lidamos com as coisas e pessoas que conhecemos.
A palavra amor (do latim amor) presta-se a múltiplos significados na língua portuguesa. Pode significar afeição, compaixão, misericórdia,
ou ainda, inclinação, atração, apetite, paixão, querer bem, satisfação,
conquista, desejo, libido, etc. O conceito mais popular de amor
envolve, de modo geral, a formação de um vínculo emocional com alguém,
ou com algum objeto que seja capaz de receber este comportamento amoroso
e enviar os estímulos sensoriais e psicológicos necessários para a sua
manutenção e motivação. É tido por muitos como a maior de todas as
conquistas do ser.
Características do amor
Fala-se do amor das mais diversas formas: amor físico, amor platônico, amor materno, amor à vida. É o tipo de amor que tem relação com o caráter da própria pessoa e a motiva a amar (no sentido de querer bem e agir em prol).
As muitas dificuldades que essa diversidade de termos oferece, em
conjunto à suposta unidade de significado, ocorrem não só nos idiomas
modernos, mas também no grego e no latim.
O grego possui várias palavras para amor, cada qual denotando um sentido diferente e específico.
No latim encontramos amor, dilectio, charitas, bem como Eros, quando se refere ao amor personificado numa deidade.
Amor platônico
Amor platônico é uma expressão usada para designar um amor ideal,
alheio a interesses ou gozos. Um sentido popular pode ser o de um amor
impossível de se realizar, um amor perfeito, ideal, puro, casto.
Trata-se, contudo, de uma má interpretação da filosofia de Platão, quando vincula o atributo "platônico"
ao sentido de algo existente apenas no plano das ideias. Porque Ideia
em Platão não é uma cogitação da razão ou da fantasia humana. É a
realidade essencial. O mundo da matéria seria apenas uma sombra que lembraria a luz da verdade essencial.
A expressão amor platônico
é uma interpretação equivocada do conceito de Amor na filosofia de
Platão. O amor em Platão é falta. Ou seja, o amante busca no amado a
Ideia - verdade essencial - que não possui. Nisto supre a falta e se
torna pleno, de modo dialético, recíproco.
Em contraposição ao conceito de Amor na filosofia de Platão está o conceito de paixão.
A paixão seria o desejo voltado exclusivamente para o mundo das
sombras, abandonando-se a busca da realidade essencial. O amor em Platão
não condena o sexo, ou as coisas da vida material.
Na obra Simpósio (de Platão), há uma passagem sobre o
significado do amor. Sócrates é o mais importante dentre os homens
presentes. Ele diz que na juventude foi iniciado na filosofia do amor
por Diotima de Mantinea, que era uma sacerdotisa. Diotima lhe ensinou a genealogia do amor e por isso as ideias de Diotima estão na origem do conceito socrático-platônico do amor. Segundo Joseph Campbell,
"não é por acaso que Sócrates nomeia Diotima como aquela que lhe deu as
instruções e os métodos mais significativos para amar/falar. A palavra
falada por amor é uma palavra que vem das origens."
Perspectiva filosófica
O Triunfo de Vênus, de Ãngelo Bronzino |
A temática do amor é comum a quase todos os filósofos gregos,
entendido como um princípio que governa a união dos elementos naturais e
como princípio de relação entre os seres humanos.
Depois de Platão, entretanto, só os platônicos e os neoplatônicos consideraram o amor um conceito fundamental. Em Plutarco
o amor é a aspiração daquilo que carece de forma (ou só a tem
minimamente) às formas puras e, em última instância, à Forma Pura do
Bem. Em "As Enéadas", Plotino trata do amor da alma à inteligência; e na sua Epistola ad Marcelam, Porfírio
menciona os quatro princípios de Deus: a fé, a verdade, o amor e a
esperança. No pensamento neoplatônico, o conceito de amor tem um
significado fundamentalmente metafísico ou metafísico-religioso.
O amor original
O amor, para ocorrer, não importando os níveis: se social, afetivo,
paternal ou maternal, fraternal - que é o amor entre irmãos e
companheiros - deve obrigatoriamente ser permitido. O que significa ser amor permitido?
Bem, de fato quase nunca pensa-se sobre isso porque passa tão
despercebido que atribui-se a um comportamento natural do ser humano ou
de outros seres vivos. Mas não, a permissão aqui referida toma-se por
base um sentimento de reciprocidade capaz de dar início e alargar as
relações de afetividade entre duas ou mais pessoas ou seres que estão em
contato e que por ventura vêm a nutrir um sentimento de afeição ou amor
entre si.
A permissão ocorre em um nível de aceitação natural, mental ou
físico, no qual o ser dá abertura ao outro sem que sejam necessárias
quaisquer obrigações ou atitudes demeritórias ou confusas de nenhuma das
partes. A liberdade de amar, quando o sentimento preenche de alguma
forma a alma e o corpo e não somente por alguns minutos, dias ou meses,
mas por muitos anos, quiçá eternamente enquanto dure e mais nas
lembranças e memórias.
Por que você me ama? Porque você permitiu. Essa frase remete ao mais
simples mecanismo de reciprocidade e lealdade, se um pergunta ao outro a
razão de seu sentimento de amor em direção a ele, a resposta só poderia
ser essa. A razão do sentimento de amor em direção à outra pessoa recaí
na própria pessoa amada, que em seus gestos, palavras, pensamentos e
ações conferiu permissão a que a outra pessoa ou ser - podendo até ser
um animal de estimação - o dedicasse aquele sentimento de amor.
O amor pode ser entendido de diferentes formas, e tomado por certo
conquanto é um sentimento, dessa forma é abstrato, sem forma, sem cor,
sem tamanho ou textura. Mas é por si só: O sentimento em excelência; o
que quer dizer que é o sentimento primário e inicial de todo e cada ser
humano, animal ou qualquer outro ser dotado de sentimentos e capacidade
de raciocínio natural.
Todos carecem de amor e querem reconhecer esse sentimento em si e nos
outros, não importando idade ou sexo. O amor é vital para nossas vidas
como o ar, e é notoriamente reconhecido que sem amor a criatura não
sobrevive conquanto o amor equilibra e traz a paz de espírito quando é
necessário.
Eros
Corações estilizados: um símbolo do amor |
Eros representa a parte consciente do amor que uma pessoa sente por outra. É o amor que se liga de forma mais clara à atração física, e frequentemente compele as pessoas a manterem um relacionamento amoroso continuado. Nesse sentido também é sinônimo sensualidade que leva a atracção física e depois às relações sexuais.
Pragma
Pragma
(do grego, "prática", "negócio") seria uma forma de amor que prioriza o
lado prático das coisas. O indivíduo avalia todas as possíveis
implicações antes de embarcar num romance. Se o namoro aparente tiver
futuro, ele investe. Se não, desiste. Cultiva uma lista de
pré-requisitos para o parceiro ou a parceira ideal e pondera muito antes
de se comprometer. Procura um bom pai ou uma boa mãe para os filhos e
leva em conta o conforto material. Está sempre cheio de perguntas. O que
será que a minha família vai achar? Se eu me casar, como estarei daqui a
cinco anos? Como minha vida vai mudar se eu me casar?
Amor interessado em fazer bem a si mesmo, Amor que espera algo em troca.
Philia
Em grego, Philia
significa altruísmo, generosidade. A dedicação ao outro vem sempre
antes do próprio interesse. Quem pratica esse estilo de amor entrega-se
totalmente à relação e não se importa em abrir mão de certas vontades
para a satisfação do ser amado. Investe constantemente no
relacionamento, mesmo sem ser correspondido. Sente-se bem quando o outro
demonstra alegria. No limite, é capaz até mesmo de renunciar ao
parceiro se acreditar que ele pode ser mais feliz com outra pessoa. É
visto por muitos, como uma forma incondicional de amar.
A interpretação cristã sobre a origem de Jesus, engloba este tipo de amor para descrever o ato de Deus, que, ao ver a humanidade perdida, entrega seu filho unigênito, para ser morto em favor do homem.
Storge
O nome da divindade grega da amizade é Storge.
Por isso, quem tende a ter esse estilo de amor valoriza a confiança
mútua, o entrosamento e os projetos compartilhados. O romance começa de
maneira tão gradual que os parceiros nem sabem dizer quando exatamente. A
atração física não é o principal. Os namorados-amigos não tendem a ter
relacionamentos calorosos, mas sim tranquilos e afetuosos. Preferem
cativar a seduzir. E, em geral, mantêm ligações bastante duradouras e
estáveis. O que conta é a confiança mútua e os valores compartilhados.
Os amantes do tipo storge revelam satisfação com a vida afetiva.
Acontece geralmente entre grandes amigos. Normalmente os casais com este
tipo de amor conhecem muito bem um ao outro.
Sexo
A palavra amor pode ser entendida também como sexo,
quando usada em expressões como "fazer amor", "make love" (em inglês),
"hacer el amor" (em castelhano), "faire l'amour" (em francês). Os hispanófonos,
por exemplo, encontramos a palavra "amor" sendo, em geral, substituída
por variações de "querer", como em "yo te quiero", em detrimento do
possível "te amo" em espanhol.
Estilos de Amor
Susan Hendrick e Clyde Hendrick desenvolveram uma Escala de Atitudes
Amorosas baseados na teoria de Alan John Lee, teoria chamada Estilos de
amor. Lee identificou seis tipos básicos em sua teoria. Nestes tipos as
pessoas usam em suas relações interpessoais:
- Eros - um amor apaixonado fundamentado e baseado na aparência física
- Psiquê - um amor "espiritual", baseado na mente e nos sentimentos eternos
- Ludus - o amor que é jogado como um jogo; amor brincalhão
- Storge - um amor afetuoso que se desenvolve lentamente, com base em similaridade
- Pragma - amor pragmático, que visualiza apenas o momento e a necessidade temporária, do agora
- Mania - amor altamente emocional, instável; o estereótipo de amor romântico ou apaixonado.
- Ágape - amor altruísta; espiritual
De acordo com a pesquisa de Hendrick e Hendrick, os homens tendem a
ser mais lúdicos e maníacos, enquanto as mulheres tendem a ser stórgicas
e pragmáticas. Relacionamentos baseados em amor de estilos semelhantes
tendem a durar mais tempo. Em 2007, pesquisadores da Universidade de Pavia liderados pelo Dr. Enzo Emanuele
forneceram provas da existência de uma base genética para variações
individuais em verificada na Teoria dos Estilos amorosos de Lee.
O Eros relaciona-se com a dopamina no sistema nervoso e a Mania à serotonina.
Atração física, paixão e amor
- Atração física
Na atração física reside os nossos instintos atrelados ao nosso
estado fisiológico como as necessidades sexuais, prazer e perpetuidade
da espécie.
- Paixão
A paixão
é um forte sentimento que se pode tomar até mesmo como uma patologia
provinda do amor. Manifestada a paixão em devida circunstância, o
indivíduo tende a ser menos racional, priorizando o instinto de possuir o
objeto que lhe causou o desejo. Sendo assim, o apaixonado pode transcender seus limites no que tange a razão e, em situações extremas, beira a obsessão.
Essa atração intensa e impetuosa está intimamente ligada à baixa de serotonina
no cérebro: substância química (neurotransmissor) responsável por
vários sentimentos e patologias, dentre eles a ansiedade e o estresse; a
depressão e a psicose obsessiva-compulsiva.
- Amor Interpessoal
O Amor Interpessoal se refere ao amor entre os seres humanos. É um
sentimento mais potente do que um simples gostar entre duas ou mais
pessoas. Sem amor refere-se aos sentimentos de amor que não são
reciprocidade. O Amor interpessoal é mais associado com relações
interpessoais. Tal amor pode existir entre familiares, amigos e casais.
Há também uma série de distúrbios psicológicos relacionados ao amor,
como erotomania.
- Alguns sentimentos que são frequentemente associados com Amor Interpessoal:
- Carinho: sentimentos de ternura e / ou querendo proximidade física
- Atração: satisfazer necessidades básicas emocionais
- Altruísmo: altruísta ou altruísta preocupação para outrem
- Reciprocidade: se o amor é recíproco
- Compromisso: um desejo de manter o amor
- Intimidade emocional: a troca de emoções e sentimentos
- Amizade: o espírito entre amigos
- Parentesco: laços familiares
- Paixão: desejo constante, sentido via modificação do ritmo cardíaco
- Intimidade física: compartilhamento do espaço pessoal e íntimo
- A auto-interesse: quando se visa recompensas
- Serviço: desejo de ajudar
A sexualidade pode ser um elemento importante na determinação da
forma de um relacionamento. Enquanto a atração sexual, muitas vezes,
cria um novo vínculo sexual. Esta intenção, quando isolada, pode ser
considerada indesejável ou inadequada em certos tipos de amor. Em muitas
religiões e sistemas de ética é considerada errada, a maneira de agir
sobre desejo sexual para com a família de forma imediata. Como por
exemplo: para as crianças, ou fora de um relacionamento empenhado. No
entanto, há muitas maneiras de expressar amor apaixonado sem sexo.
Afeto, intimidade emocional, partilha de interesses e experiências são
comuns nas amizades e amores de todos os seres humanos.
Modelos científicos
As Ciências Biológicas tem modelos de amor que o descrevem como um instinto de mamíferos, tal como fome ou sede.
Na psicologia vê-se o amor como mais de um fenômeno: social e cultural.
Há provavelmente elementos de verdade em ambas as posições - o amor é
certamente influenciada por hormônio s (tais como oxitocina), neurotransmissores (como NGF), e Feromônio
s, bem como a forma de pensar das pessoas o que faz com que estas se
comportem com relação ao amor de maneira influenciada por suas
concepções do que é o amor.
A visão convencional da biologia é que existem duas grandes vertentes no amor - atração sexual.
Isto faria com que este comportamento entre adultos de uma determinada
espécie se empenhassem na criação dos seus descendentes da mesma maneira
com a qual a trabalhar com os mesmos princípios que levam uma criança a
tornar-se ligado a sua mãe. O ponto de vista tradicional da psicologia
vê o amor como sendo uma combinação de compromisso amoroso e amor apaixonado. Amor apaixonado é intenso, é desejo, e é muitas vezes acompanhada por excitação fisiológica (falta de ar, rápidas do ritmo cardíaco). Compromisso amoroso é afeto e uma sensação de intimidade não acompanhados de excitação fisiológica.
A teoria triangular do amor
Na teoria triangular do amor, os relacionamentos são caracterizados por três elementos: intimidade, paixão e compromisso.
Cada um destes elementos e suas combinações entre si podem estar
presente em um relacionamento, produzindo as seguintes definições:
- Amizade (intimidade)
- Limerence (paixão)
- Amor vazio (compromisso)
- Amor romântico (intimidade + paixão)
- Companheirismo amoroso (intimidade + compromisso)
- Amor fugaz (paixão + compromisso)
- Amor consumado (intimidade + paixão + compromisso)
Amor, paixão, e loucura
Estudos têm demonstrado que o escaneamento dos cérebros dos
indivíduos apaixonados exibe uma semelhança com as pessoas portadoras de
uma doença mental. O amor cria uma atividade na mesma área do cérebro
que a fome, a sede, e drogas pesadas, criando atividade Polimerase.
Novos amores, portanto, poderiam ser mais emocionais do que físicos. Ao
longo do tempo, essa reação ao amor muda, e diferentes áreas do cérebro
são ativadas, principalmente naqueles amores que envolvem compromissos
de longo prazo. Dr. Andrew Newberg,
um neurocientista, sugere que esta reação de modificação do amor é tão
semelhante ao do vício as drogas, porque sem amor, a humanidade
morreria.
Neurobiologia do “estar apaixonado”
Na área da neurobiologia, existem estudos apoiados em resultados de eletroencefalografia
e no registro das correntes elétricas que ocorrem no cérebro durante o
estado “paixão”, comprovam que apresenta a mesma elevada atividade como
aquela registrada durante a libido. Quando alguém se apaixona
registra-se maior produção de dopamina, responsável pelo estado de euforia, adrenalina,
responsável pela excitação, a endorfina, pela sensação de felicidade e
bem estar e finalmente eleva a testosterona que contribui para a maior
apetência sexual. Simultaneamente são libertados substâncias químicas,
os feromônios
ou feromonas que exercem atração olfativa em animais da mesma espécie.
Por outro lado diminui drasticamente o nível de serotonina, o que faz
com que o estado “estar apaixonado” se assemelha ao estado registrado
durante outras doenças psíquicas. Por isso muitos apaixonados se
comportam mais impulsivamente, sem inibição como se estivessem fora do
seu controlo racional. Após alguns meses, o corpo se acostuma as estas
elevadas doses (segundo a OMS dura no máximo 24 a 36 meses) e diminui gradualmente a “intoxicação” do cérebro.
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